Em resposta ao artigo* do enfermeiro Mafu Vieira, autor da coluna “Outros Papos” no Portal de Notícias “O Lorenense”, a Secretaria Municipal da Saúde solicitou a divulgação do esclarecimento a seguir (por meio da Secretaria de Comunicação de Lorena – Secom):
“Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que respeitamos a opinião e as informações que são apresentadas aqui neste espaço, porém, nos reservamos o direito de discordar quando elas são apresentadas com apontamentos que não condizem com a realidade.
Diante do que foi exposto pelo O Lorenense, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que em momento algum houve qualquer tipo de omissão por parte dos profissionais envolvidos no controle e combate à dengue, e reafirmando seu compromisso com a saúde da população do município. Para esclarecer, a Secretaria explica como funciona o processo que envolve notificação e combate à Dengue em Lorena.
Quando um caso suspeito de dengue é notificado em uma unidade de saúde ou hospital, essa notificação é encaminhada para a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, em cumprimento à Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014, que estabelece que o período de notificação para o mencionado agravo seja semanal, seguindo o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pelo Ministério da Saúde. Esse é um protocolo existente e que é seguido à risca pelas equipes envolvidas no combate à doença. É importante reafirmar que não há interesse da prefeitura em maquiar números, pois isso ao invés de ajudar, atrapalharia em muito o combate à doença. Temos a certeza de que a transparência e a realidade são aliadas para o trabalho de conscientização de todos sobre o papel de cada um no combate à dengue.
Uma vez que o munícipe tenha procurado uma unidade de saúde, sua notificação seguirá para que profissionais qualificados iniciem uma investigação e tomem as medidas cabíveis segundo critérios clínicos e epidemiológicos. Essas medidas incluem o contato com a pessoa com suspeita de dengue; esse contato é feito pelo telefone ou pelo endereço fornecido, para que seja assim agendada uma coleta de sangue – é importante ressaltar que o hemograma não é diagnóstico para o agravo dengue, sendo os exames sorológicos (IgG e IgM) e também o específico (NS1) aqueles que indicarão se o cliente está (ou esteve) com dengue. Estes exames são realizados no laboratório da Secretaria Municipal de Saúde e ficam prontos em poucas horas. Uma vez de posse deles, as enfermeiras da Vigilância Epidemiológica entram em contato com o munícipe para que o mesmo retire seus resultados e receba importantes orientações conforme o diagnóstico.
Os casos notificados de dengue são utilizados para alimentar o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do MS, versão online, sendo seu acesso restrito e sigiloso, cabendo apenas aos profissionais da Vigilância Epidemiológica emitir notas e números oficiais a este respeito e a nenhum outro profissional ou órgão municipal. Qualquer informação extraoficial a este respeito é considerada especulativa e passível de descrédito, podendo distorcer o cenário real e confundir a população, gerando incerteza e desconhecimento.
Semanalmente, cada Secretaria Municipal de Saúde, de cada Estado em todo o território nacional, informa suas instâncias superioras acerca de seu cenário epidemiológico, cenário este que, segundo opinião de especialistas, pode ser de até dez vezes maior do que o registrado oficialmente uma vez que nem todos os cidadãos notificam seu estado de saúde em caso de suspeita de dengue (ou outros agravos).
Além das ações da Vigilância Epidemiológica, outras medidas muito importantes envolvem o departamento de Controle de Vetores que, mediante planejamento estratégico prévio, envia seus agentes treinados até o endereço informado pelo munícipe para que seja feita uma inspeção no imóvel e sejam tomadas providências cabíveis acerca do combate aos mosquitos e seus criadouros, buscando assim mitigar seu impacto sobre a comunidade local. Ainda, segundo especialistas, a maior parcela dos criadouros dos mosquitos encontra-se dentro das residências, cabendo à população uma importantíssima parcela de participação no combate à dengue, participação esta incentivada por campanhas municipais de prevenção, material impresso de divulgação, frequentes informes televisivos em noticiários e um constante trabalhado de educação em saúde realizado pelas Secretarias Municipais de Saúde e seus agentes de saúde.
Infelizmente nem sempre os munícipes informam seus endereços e contatos telefônicos corretamente, fornecendo dados incompletos ou errados, o que dificulta ou impossibilita o contato com os mesmos – falhas como essa direcionam os esforços do SUS para localidades incorretas e, pior, impedem o contato com o munícipe, podendo haver prejuízos para sua saúde por falta de orientações especializadas. Desta forma, ressalta-se a importância da ativa participação do cidadão lorenense na prevenção e no combate à dengue, assumindo a posição de um agente ativo e responsável em sua comunidade, fazendo uso dos serviços públicos de saúde oferecidos e se resguardando de discursos falaciosos e qualquer outra informação não-oficial. Esta Secretaria Municipal de Saúde reafirma seu total compromisso com a saúde de sua população.
Todos sabemos que a Dengue é algo muito sério e por isso, pedimos a colaboração e apoio de todos, para que juntos possamos vencer essa luta contra o mosquito transmissor. Obrigado pela oportunidade de podermos esclarecer os fatos e nos colocamos sempre à disposição”.
* O artigo do enfermeiro Mafu, intitulado “O avanço e agravamento da dengue”, pode ser conferido no link: javascript:nicTemp();