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Carolina Staut: 1 ano de saudade…

24/04/2015
Por Graziela Staut

1 ano de saudade da minha mãe…

… e ainda não sei se esse tempo é muito ou pouco… Eu olho pra trás e me lembro do quanto minha vida mudou após sua partida. Ao mesmo tempo, parece que foi ontem…

Lembro-me dos acontecimentos com detalhes. As últimas semanas, em especial, acho que nunca vou esquecer. Os detalhes. Todos os dias, nos últimos dias dela… lembro-me de cada passagem vivida, ainda na luta por sua vida. Momentos dolorosos, difíceis de esquecer. E aí, no dia 24 de abril de 2014, acabou. Fim da luta. Não dava pra fazer mais nada. Ela foi embora…

A lembrança dói como uma lança fincada direto no coração. Um certeiro golpe final.

Não adianta dizer que o tempo cura ou que a gente se acostuma. No máximo, aprendemos a sobreviver, apesar de… O amor que a minha mãe me dava, gratuitamente, todos os dias, nunca mais vou ter. Amor de mãe, incondicional, gigantesco e sem fronteiras. E que tanto me faz falta!

Ainda hoje, um ano depois, busco respostas que talvez nunca vá encontrar. Vejo tanta gente sórdida só se dando bem e nadando em dinheiro e poder, enquanto que outras mereciam apenas paz e saúde e não tiveram… São as provações, os sacrifícios pelos quais temos que passar? Não entendo por que tem que ser assim… me soa injusto. Injusto demais.

Masss… essa é a vida e nada vai mudar se eu ficar apenas reclamando ou me lamentando. Se, por um lado, o ritmo de vida hoje é tão massacrante que mal nos permite respirar e nos priva – não raras vezes – de estarmos ao lado daqueles que amamos… por outro contribui para que liguemos o automático e sigamos em frente, pela sobrevivência, sem muito tempo pra pensar em tudo que faz o coração sangrar.

Ficaram sim, os milhares de bons momentos que vivemos juntas… incontáveis e inesquecíveis, graças a Deus. Mas nessa época, especialmente, não abandona a saudade sufocante e as lembranças de cada momento dolorosamente vivido.

Hoje é um dia difícil porque me faz lembrar que não recebo há um ano o maior amor que já recebi na vida. Faz falta dividir com ela os melhores e os piores momentos, os grandes acontecimentos, mas, sobretudo, os simples, o dia a dia…

Não adianta negar isso tudo porque é assim que é, embora a maioria das pessoas apenas espere que você simplesmente supere e siga em frente; e de preferência sem ficar se lamentando ou “enchendo o saco” com as suas dores… 

A saudade que eu sinto é a de mil mulheres em uma: minha mãe; amiga (a melhor amiga); ser humano ímpar, de alegria e fé na vida contagiantes; companheira de trabalho e de vida…

E nada, absolutamente nada que eu faça nesse mundo vai trazê-la de volta. É por isso que é tão difícil aprender a lidar com a morte: ela foge ao nosso controle e quando chega, deixa um vazio sem fim.

A gente cresce ouvindo e querendo crer que “no final, tudo vai dar certo”… Mas a vida real não é assim. E a minha mãe tinha uma vontade de viver, garra e coragem tão grandes que fiquei esperando que ela vencesse a batalha até o último momento. 

Ela não era invencível, mas será para sempre a minha maior heroína. A minha mãezinha lutou até o fim. Com fé. Com esperança. Por amor a nós. Jamais vou me esquecer de suas últimas palavras para mim: ‘Eu te amo muito!’ (eram as palavras de despedida, embora não soubesse, naquele momento, e embora ainda não tenha preenchido essa lacuna no meu coração, de não ter conseguido me despedir dela da maneira que eu acho que tinha que ter sido. E talvez, se eu tivesse conseguido, ainda assim estaria sentindo esse vazio, simplesmente porque, independente da forma, era A despedida).

Carolina será eterna em minha vida porque o amor que vinha dela era poderoso demais. Seus maiores ensinamentos: o amor e o respeito ao próximo estão sempre na frente de quaisquer outros valores; e temos que mostrar às pessoas o quanto elas são importantes enquanto podemos, quando elas estão junto de nós. Depois que elas vão embora, não adianta mais…

Então, pra você, que está lendo esse texto – que tem tom de desabafo (e escrever me ajuda, pode ter certeza), mas também de homenagem –, fica a maior lição que aprendi, ao longo desse último ano: não deixe pra amanhã o que você pode fazer de bom hoje! Se for desejar algo a alguém, deseje saúde, pois com ela, haverá disposição pra correr atrás de todo o resto. E não tenha medo – nunca – de provar e demonstrar aos que ama o quanto são importantes pra você! Presenteio-os com amor e tempo… quanto mais doses, melhor, pois são estes os bens mais valiosos.

SAUDADE, MÃE!!! AMOR SEM FIM…  Sempre. Para sempre.

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