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Dilema do All Star

05/08/2015

Por Vânia Alves
Em visita a uma amiga gestante, o assunto surgiu. Em meio às mudanças físicas típicas da gravidez, acontecem também mudanças “físicas” na casa, para acolher a criança que está por vir. Pinturas, compras, remanejamentos e descarte daquelas tranqueiras guardadas há séculos no fundo do guarda-roupas e que agora representam um espaço precioso a ser liberado. 
– Você acredita, ainda tenho All Star guardado! All Star! Imagina, que coisa de adolescente! Há quanto tempo eu não uso…
Bom, fiquei baqueada. Concordei com a cabeça na hora, mas não sei se concordei de fato. Só sei que passou um filme na cabeça, que envolveu o peso da idade, escolhas profissionais, postura diante da vida e meu tradicional desleixo com relação à aparência. 
Tenho dois pares de All Star, do tempo do colégio ainda. Um preto e um xadrez, do bom e velho número 37. Decerto estão desbotados, e com manchas que nem a mais vigorosa lavagem conseguiu remover (e então desisti dessa missão). Eu os uso e nunca havia me incomodado com isso.
Fui digerindo esses pensamentos na volta para casa. Eu deveria realmente andar melhor vestida, não é mesmo? Cuidar mais do cabelo, talvez fazer as unhas com mais frequência. Tênis, muito de vez em quando, vá lá. Mas All Star…
Mais tarde, já em casa e ouvindo músicas aleatórias no Youtube, me deparei com uma versão diferente de All Star. Cássia Eller explica neste vídeo a origem da música, escrita por Nando Reis sobre e para ela. E que o All Star do título referia-se àquele “tênis baiaba, All Star azul marinho, que é o meu preferido” ( javascript:nicTemp(); ).
Isso me tranquilizou, por dois motivos. Primeiro, mostrou que eu não era uma alienígena por ainda usar All Star na idade adulta. Segundo, que autenticidade conquista, e que de brinde ainda pode proporcionar uma lindeza como essa música. Vai que eu dou a mesma sorte?
A gente é posto à prova o tempo todo quanto às próprias escolhas. E isso parece necessário, no fim das contas. Passei a me atentar a certos detalhes em mim que passavam despercebidos. Mas meus All Star, ah! Eles estão ali, guardadinhos, esperando o próximo passeio.
…
Aproveite e saiba mais sobre a história do All Star : )
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Sobre a autora:
Vânia Alves é graduada em Engenharia Industrial Química pela EEL-USP e integra a Academia Jovem de Letras de Lorena. Tem interesse pela escrita jornalística e de resenhas, além de se arriscar na poesia e prosa como deleite.
Contato: vaniaoalves@gmail.com
Esse texto é de exclusiva responsabilidade do autor. A AJLL não se responsabiliza pelas possíveis opiniões aqui apresentadas. Respeitamos a criação literária de cada autor, difundindo linguagem literária de linguagem gramatical, em textos que julga ser necessário

COLUNISTAS / Academia Jovem de Letras

Espaço reservado às produções dos acadêmicos da Academia Jovem de Letras de Lorena.  Membros da AJLL: Beatriz Neves, Camila Loricchio, Danilo Passos, Gabriela Costa, Gustavo Alves, Gustavo Diaz, Heron Santiago, Isnaldi Souza, Jéssica Carvalho, João Palhuca, Julia Pinheiro, Lelienne Ferreira, Lucca Ferri, Samira Tito, Thiago Oliveira, Vânia Alves e Wagner Ribeiro.


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