Lorena é uma cidade que, após a decadência da agricultura cafeeira e da inexpressiva produção de leite em termos da macrorregião onde se encontra, deixou de ser inteiramente rural sem nunca ter sido totalmente urbana.

A existência de bairros inteiros, onde há muito mais terrenos desocupados e cheios de lixo – a Prefeitura não tem planos nem dinheiro para reverter a situação – do que imóveis ocupados, sejam comerciais ou residenciais. Quando há, são casas semelhantes a casebres, de cor indefinida, semelhantes aos dos antigos bairros industriais em São Paulo que entraram em colapso. Fábricas que foram fechadas e o tempo se encarregou de deixar tudo com aquela cor inconfundível de sujeira, abandono e decadência.

Qual a vocação de Lorena? Cidade com grandes centros educacionais? Ao que me consta, nenhuma instituição de ensino daqui figura como pólo de excelência em qualquer lista. O comércio é limitado, acompanhando o baixo nível sócio-cultural e econômico da população. As indústrias são poucas e nenhuma figura entre as maiores do país.

Há um potencial ainda não explorado da agricultura, onde poderiam ser criados cinturões verdes, a exemplo de Mogi das Cruzes ou de Pindamonhangaba, pioneira no cultivo de tipos especiais de arroz, com mercado garantido nos grandes centros como São Paulo.

Lorena precisa, antes de tudo, encontrar sua vocação econômica, sob pena de permanecer à margem do desenvolvimento local e regional.

Por que a Prefeitura não taxa os terrenos ociosos e imundos que infestam a cidade? Já seria um bom começo.

Vamos discutir planos para a Lorena do século XXI?

Cláudia Gaspar Soares Martins
gaspar51@gmail.com