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Lembranças

27/11/2015

“Por volta de 1946, 1947 mais ou menos, a Fazenda Mondesir de propriedade do Dr. Peixoto de Castro foi cortada pelo traçado da Rodovia Federal Presidente Dutra. Assim, onde era o pasto do gado da fazenda foi loteado e surgiram terrenos, na maioria medindo 15×60 m, dando lugar à Av. Peixoto de Castro e adjacências: R. Madame Curie, Pres. Roosevelt, Oswaldo Cruz, Monte Castelo e as demais, formando o bairro Vila Zélia (nome da esposa do Dr. Peixoto).

Quando chegavam os meses de outubro e novembro, época do içá, crianças e adultos corriam para o pasto, onde havia muito cupim e formigueiros, para caçar iça. Como era divertido!

As prestações dos terrenos eram sempre iguais, pois naquele tempo não havia inflação. O pagamento era feito no cartório do Sr. Joaquim de Azevedo Figueira e quem recebia era dona Izaltina, mãe da Terezinha (falecida), da Necy e Maria de Lourdes que vivem ainda na cidade.

O pasto da fazenda vinha até onde hoje é o começo da Avenida, tinha uma porteira grande, quando começava o caminho que levava até a sede da fazenda. À frente da porteira do lado de cá, ficava uma grande figueira centenária que tinha uma placa com os dizeres: “Esta figueira é minha”, palavras de Euclides da Cunha, lembrança dos tempos que ele viveu em Lorena.

Agora, nas terras do Mondesir, surge o Eco Valle Shopping, mais um sinal da presença do Dr. Peixoto em nossa terra, empreendimento do Grupo Peixoto de Castro.

Bendita seja a lembrança deste grande benfeitor para Lorena e todos nós, lorenenses ou não.”

(Autoria: Inez Terezinha de Oliveira Castro.)
A professora Inez Terezinha, irmã do historiador e acadêmico Pedro Alberto de Oliveira, mandou-me este escrito que publico na íntegra, lembrando a família carioca Peixoto de Castro que tinha nas décadas de 30 e 50 uma forte ligação com Lorena. Eles foram lembrados pela Inez porque alguns de seus descendentes vieram na inauguração do Shopping e foram eles que cortaram a fita da inauguração.

E também lembrando a história: todo o terreno que abrange a Fatea, as ruas até o Quartel, o caminho para a Santa Lucrécia e outros que não me lembro pertenciam aos Peixoto de Castro, que aqui criavam legítimos e caríssimos cavalos de raça para as corridas, naquele tempo importantes eventos de distração semanal principalmente para os mais ricos.

E os Peixoto de Castro estavam aqui, onde criavam e cuidavam de seus cavalos, como também melhoravam os bairros quando, por exemplo, ergueram uma bela capela, a casa onde moravam e os entornos. Como todo carioca, eram simpáticos e procuravam amizade com as pessoas, como também empregavam outras tantas em suas propriedades.

A construção da Dutra dividiu suas terras; acho que o futebol tirou as corridas de cavalo do topo dos divertimentos cariocas e, assim, eles se afastaram de Lorena, porém doaram parte de suas terras que ficavam do outro lado da Dutra e, assim, pôde-se tirar as cercas, construir e dar origem a um dos bairros mais progressistas da cidade.

Por isso Lorena não pode esquecer os Peixoto de Castro que fazem parte da história da cidade, e foi muito certo eles serem escolhidos para cortar a fita do Shopping da cidade que, esperamos, vai aumentar seu crescimento.

O futuro da cidade é muito importante para nós que a amamos e queremos que ela cresça e prospere com nossos descendentes. Amém!

Agradeço à colega e amiga Inez pelas reminiscências históricas sobre a família Peixoto de Castro, da qual nos fizeram lembrar neste momento importante para a nossa Lorena. Parabéns!

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