• SANTA CASA SECUNDARIO

FOTOS
VÍDEOS

Pedestres reclamam do fechamento constante da passagem de nível da rua São Benedito

18/03/2016

Estudantes e moradores das proximidades da passagem de nível das ruas São José com São Benedito reclamam do fechamento constante do local, todos os dias. Durante a semana, é comum que a passagem seja fechada antes do fim das aulas das escolas e universidades da cidade. Aos finais de semana, inclusive aos sábados de manhã, é raro que fique aberta. A foto que ilustra esta matéria, por exemplo, é de um domingo à tarde, por volta das 15h.

“Todo dia é assim. A gente nunca sabe que horas vai fechar. Tem dia de semana que já está fechado às oito da noite. No final de semana, não tem hora. Pode ser logo depois do almoço, cinco ou seis horas da tarde… ou ficar fechada o dia inteiro. Aos domingos, quase nunca abre”, relata a moradora da região, Juliana Oliveira. “Só que eu não tenho carro, tenho filho pequeno e sempre tenho que dar a volta pela Praça Conde pra chegar na avenida São José, pela frente ou por trás da Biblioteca, e ali, à noite, é tenso, ainda mais sozinha. Passo sempre morrendo de medo, rezando pra não ser assaltada ou coisa pior”, conta. A situação é confirmada por diversos moradores das proximidades. Mariana Costa destaca que a Praça, à noite, é frequentada, entre outros, por usuários de drogas. “Domingo, no horário da missa, é um exemplo. A gente tem que dar a volta e passar pela Praça Conde, que além de tudo, é mal iluminada e não tem policiamento”. Comerciantes das proximidades também sentem-se inseguros e reclamam que o fechamento da passagem, além de atrapalhar o movimento, coloca-os em situação vulnerável.

Questionado sobre o assunto, o secretário de Segurança Municipal, Cap Elton Ribeiro, afirmou que existe um contrato extremamente oneroso, firmado entre a MRS Logística e o ex-prefeito Paulo Neme, implicando na obrigatoriedade do município zelar pela segurança dos pedestres e veículos ao passarem pela linha férrea. Para o secretário, a situação caracteriza “desvio de finalidade”, uma vez que a MRS é uma empresa privada, que explora a rede ferroviária federal. “De forma alguma deveríamos ter funcionários municipais nesse tipo de serviço. Inclusive, a Prefeitura acionou a Justiça para cancelar esse contrato, mas perdeu em primeira instância”.

Ainda de acordo com Cap Elton, da forma como está, ou seja, o controle das cinco passagens de nível da linha férrea na cidade, ocupa doze funcionários por dia, todos os dias da semana, 24 horas por dia. “Isso traz um grande prejuízo aos trabalhos da minha Secretaria, porque fico cuidando de propriedade privada em vez de melhorar os cuidados com o patrimônio municipal”, diz. “De vez em quando o Beco do Morcego é fechado, porque a demanda do serviço de proteção dos bens públicos tem sido maior que o número de funcionários para esse fim, piorando o quadro com as aposentadorias, exonerações, etc.. Assim, quando fechamos a passagem, é por conta da falta de profissionais”, completa.

Cap Elton lembra que a função da Guarda Civil Municipal é preservar os prédios públicos e não o controle das passagens da MRS. “Acho que devemos, enquanto Poder Executivo, obrigar a MRS a assumir a responsabilidade das passagens, como é nas demais cidades, mas aí é uma luta judicial”.

Finalizando, o secretário afirma ainda que os vinte guardas civis municipais do concurso da Prefeitura (realizado neste mês de março) serão admitidos, capacitados, equipados e armados para executarem o “Policiamento Municipal”, para melhorar a segurança pública do município, mas que não farão o controle das passagens de nível em questão.

MAIS LIDAS