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Um Cântico para Leibowitz

01/04/2016

Crítica literária de José Roberto Lopes

“Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo”. (George Santayana)

Hoje abordarei, parcamente é verdade, mas procurando oferecer uma modesta contribuição para a crítica literária, o romance “Um Cântico para Leibowitz”. Eu sempre sou contra preconceitos e o “torcer o nariz” para uma obra literária apenas porque é “classificada” como literatura de antecipação; me entristece bastante, e infelizmente esse pré-julgamento ocorre historicamente no Brasil. Existem excelentes obras no gênero da ficção científica. São encontrados, em verdade, bons escritos em todos os gêneros, e sim, o que me move e comove são os textos bem escritos.

Não escrevo críticas sobre obras artísticas que não gosto, porque não me sinto nesse direito, por vários motivos que não importam para essa crítica. “Um Cântico para Leibowitz”, de Walter M. Miller Jr., escritor norte-americano nascido em 1923 e morto em 1996, é uma narrativa belíssima. Não é frequente uma obra artística me comover até às lágrimas, mas tal é a delicadeza de algumas partes do texto de Walter, a sua fina ironia e a sua maestria na condução da trama até o desfecho da narrativa, que me emocionou intensa e extensamente.

O romance aborda, de ordinário, temas extremamente recorrentes na ficção científica, lugares comuns mesmo, como a descrição de um mundo distópico pós-apocalíptico e religião, mas trabalhados de forma absolutamente genial. A crítica especializada, de um modo geral, considera “Um Cântico para Leibowitz” uma das obras de ficção científica mais importantes de seu tempo. Para quem se interessar em conhecer a obra, foi publicada uma excelente versão em português do Brasil em tradução de Maria Silvia Mourão Netto, pela Editora Aleph. O custo aproximado do livro é R$ 50.

José Roberto Lopes é membro fundador da Allarte, ocupa a cadeira de nº 5, tendo como patrono Carlos Drummond de Andrade

COLUNISTAS / Allarte

A Allarte (Academia Lorenense de Letras e Artes), fundada no dia 24 de setembro de 2014, tem como objetivos: acolher em seu seio valores literários e artísticos, resgatar a história de nossa cidade, apoiar e desenvolver o culto das letras, das artes e do intelecto, valorizar escritores e artistas locais exaltando pessoas e datas significativas, promover a defesa da língua, dos valores morais e éticos que fundamentam a civilização ocidental e a formação brasileira.


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