Conheça um pouco mais sobre esta paixão nacional e como utilizá-lo em receitas saborosas
 
Conta a história que o café chegou ao Brasil trazido por Francisco de Melo Palheta, oficial do governo e militar graduado designado a solucionar os problemas de limitação entre a fronteira do país com a Guiana Francesa.

Durante este período, Francisco teve um caso amoroso com madame D´Orvilliers, esposa do então governador de Caiena, que lhe entregou algumas sementes de coffea arábica, em 1727. Mas, segundo o docente de Gastronomia do Senac Taubaté, Leandro Nagata, há menções ao café no Brasil em escritos nacionais desde 1663.

O oficial Palheta iniciou então o plantio do café em terras brasileiras, encontrando condições climáticas ideais para o desenvolvimento das sementes. “A partir desse momento, o interesse pelo café só aumentou, já que o mercado mundial estava aberto a receber a demanda produzida no Brasil. E com a concorrência holandesa no açúcar, muitos produtores trocaram a cana de açúcar pelo café”, completa Leandro.

O Vale do Paraíba foi um capítulo importante na história do café. As fazendas instaladas na região se tornaram grandes produtores e fortes representantes do café. Em 1854, a região respondia por 90% da produção do Estado de São Paulo.

O café de qualidade, até pouco tempo atrás, era destinado à exportação, restando aos brasileiros o café refugado. Apenas nos útlimos 20 anos é que os apaixonados pelo grão puderam ter contato com o verdadeiro café, preparado da forma correta, na torra ideal, na medida exata. “Nós gostamos de café porque se trata de uma bebida que aquece, acalenta e anima. Tomado pela manhã, ou após das refeições, é sempre muito bom”, conta o professor, que também é um apaixonado por café.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o café puro ainda é o mais consumido em relação às outras opções, como café espresso ou descafeinado, com um consumo de 61% dentro de casa, e que em geral é preparado duas vezes ao dia: no café da manhã e após o almoço.

Curiosidades sobre o café

Tipos de Grãos
É possível encontrar vários tipos de grãos de café, como coffea arábica e suas variações (bourbon, kona, catuaí e acaiá) e o tipo robusta (coffea canephora).

Tipos de bebida
Os tipos de preparo com a bebida também são inúmeros no Brasil e no mundo, sendo alguns deles o café espresso, o americano, o carioca, o macchiato, duplo, irlandês, com leite, capucchino, caribenho, havaiano, árabe, entre muitos outros.

Faz bem ou mal à saúde?
“Já ouviu falar que tudo na vida em excesso faz mal? Com o café não é diferente. Recomenda-se o consumo de três a quatro xícaras de café puro diariamente”, avisa Leandro.

O café consumido de forma desregrada pode levar a alguns efeitos indesejáveis à saúde, como manchas nos dentes, irritação do estômago levando à gastrite, palpitação e insônia, já que a cafeína é estimulante do sistema nervoso central.

O consumo em excesso também faz mal a pessoas com sensibilidade a cafeína, distúrbios cardíacos, gravidez (não se trata de uma contraindicação absoluta, mas é preferível evitar o café), osteoporose, e outros distúrbios do sono.

Nutrientes
O café possui vários nutrientes além da cafeína, que é o mais conhecido por seus benefícios na melhora de atenção e disposição do indivíduo. Também estão presentes no café os ácidos clorogênicos, que possuem a função antioxidante da bebida, além das ações antibacteriana, antiviral e anti-hipertensiva, e a niacina, uma vitamina presente no complexo B que é formada durante a degradação natural de um composto presente no grão.

Benefícios do café
Os benefícios são vários, porém alguns ainda não são totalmente comprovados. De acordo com a ABIC, os benefícios vão desde melhora cognitiva e psicomotora, ação antioxidante, ação termogênica (melhorando o desempenho na perda de peso), melhora na atividade metabólica do organismo e até a diminuição do risco de doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer).

Como consumir
O café, assim como várias outras bebidas, pode ser consumido de diversas formas. Os puros ou com leite são os mais comuns, porém existem outras maneiras muito saborosas, como:

– Café passado com garapa
– Café gelado com leite aromatizado de amêndoas
– Café com cardamomo ou canela
– Cappuccino ou um mocha
– Café perfecto (café com grappa – os italianos adoram)
– Café com whisky (bem ao paladar irlandês)

O melhor horário para se consumir é entre as primeiras horas após se levantar até o período vespertino, pois se trata de uma bebida estimulante e, dependendo da pessoa, o seu consumo noturno pode alterar seu sono.

O café deve ser armazenado sempre livre de oxigênio, de preferência dentro da geladeira, isso vai ajudar a manter suas características sensoriais e qualidades benéficas ao consumidor, evitando sua oxidação, independente do café usado ser em pó, grão ou granulado.

Café e outras bebidas: essa mistura pega?
O café é uma bebida de sabor forte e com muito corpo, o que em geral dificulta um pouco sua mistura com outras bebidas. Mas existem pessoas que não gostam do sabor do café puro, e misturando com outra bebida, elas conseguem consumir.

“Existem inúmeras bebidas preparadas com café, quentes e frias, com e sem álcool, refrescantes e nutritivas, estimulantes e digestivas. Separei duas receitas que podem ser preparadas em casa a qualquer momento”, finaliza Leandro.

Café de Inverno

Ingredientes

Chocolate meio amargo    50g
Açúcar  20g
Creme de leite 50ml
Café quente 50ml
Chantilly

Modo de preparo

Derreta o chocolate, o açúcar e o creme em fogo brando. Não deixe levantar fervura para não talhar o creme de leite. Junte o café e continue mexendo. Coloque em um copo grop e complete com chantilly. Decore com um pedaço de caneca em pau e raspas de laranja e sirva com canudo.

Café Kirsch

Ingredientes       

Café gelado 60ml
Licor de cereja 30ml
Clara de ovos 1 colher de sopa
Açúcar 2 colheres de sobremesa

Modo de preparo

Em uma coqueteleira, coloque gelo e os outros ingredientes. Agite bem e coe para uma taça coquetel previamente resfriada.