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COLUNISTAS / Letras em movimento

Espero que você me encontre

26/08/2016

Por Lelienne Ferreira Calazans

Seja durante uma corrida no parque numa manhã de domingo, ou dentro daquela livraria no pequeno beco, apreciando um bom café e o cheiro de memórias antigas gravadas em papel.

Na porta de trás do restaurante, depois de você ter excedido umas doses, ou na lanchonete de esquina que serve o melhor salgado que você já comeu. Na rua ao atravessar a faixa de pedestres, enfrentando aquele trânsito caótico ou do outro lado do ônibus. Espero que você me encontre.

Na praia pegando conchinhas e ouvindo as ondas do mar, sentindo a areia quente contrastando com a água gelada, ou no alto do morro, apreciando o mais belo pôr-do-sol. Na rede balançando, vendo os passarinhos voando ou na grama, olhando as formas das nuvens.

Ao se deparar com o espelho embaçado pelo banho quente e sentir o choque gelado com sua superfície ao tentar limpar o reflexo, ou entre arquejos sob lençóis macios. Espero que me encontre.

Seja na sacada da hospedagem, ao apreciar a vista ou no meio da mata, ao observar aquele belo bicho curioso que você não sabe o nome. Espero que você me encontre.

Espero que você me encontre, ao esperar na fila, que parece interminável, para entrar no local, ou na roda em torno da fogueira, com pessoas assando marshmallow, ou até em qualquer tipo de roda de amigos.

Seja numa noite de balada ou mesmo em uma sala de espera do hospital. Espero que você me encontre.

Que seja em um iate no mar aberto, ao chamar um táxi, no meio de uma favela, no quintal da sua casa, onde guarda as lembranças de brincar na infância, ou mesmo em outro planeta. Espero que você me encontre.

Mas, acima de tudo, espero que, onde estiver, você me procure com carinho, porque posso estar em qualquer lugar.

Porque eu estou sempre procurando…
Procurando alguém para me encontrar.

Porque eu estou sempre aguardando…
Aguardando você me achar.

Pois estou sempre à espera de ser encontrada.
Pois estou sempre à espera de ser contada…

Sobre a autora:

Lelienne Ferreira A. P. Calazans tem 18 anos, nasceu em Lorena, São Paulo. É técnica em Química, formada no Cotel, caloura no curso de Farmácia e possui uma sede insaciável de aprender coisas novas, o que a torna um ser muito curioso. Delicada e tímida são características que constantemente a descrevem, mas não se julga um livro pela capa. Ama ler, chocolate, viajar, sair com a família e com os amigos.

COLUNISTAS / Academia de Letras

A Academia de Letras de Lorena foi fundada em 21 de março de 2009 e a posse dos membros ocorreu em 16 de agosto daquele ano, data que é comemorada como seu aniversário. Possui como patrono Euclydes da Cunha, por ter vivido em Lorena e aqui iniciado a educação de seus filhos e corrigido os originais de sua obra maior, “Os Sertões”. São 30 acadêmicos distribuídos em cadeiras que possuem, cada uma, um patrono ou patronesse. Realiza reuniões mensais abertas ao público, trazendo sempre uma apresentação cultural para completar a reunião literária. Nessas reuniões, o público é convidado a declamar e a ler poemas e outras obras de sua autoria ou de outros autores.
Foi declarada de Utilidade Pública Municipal pela Lei Ordinária 3.599, de 23/5/2013.

 


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