Peça é adaptação da obra de Arthur Azevedo, um dos grandes comediógrafos do teatro brasileiro
Comemorando o terceiro aniversário do Teatro Teresa D’Ávila, em Lorena, a UniFatea Companhia de Teatro trouxe à cena a comédia musical “O Mambembe Cigano”, de Arthur Azevedo. Com adaptação e direção de Caio de Andrade, a peça levou ao palco 26 atores de Lorena e região, em dois dias de apresentações: 18 e 19 de março (sábado e domingo).
Escrita e estreada em 1904, a peça coloca em cena uma companhia teatral que viaja pelo interior do Estado do Rio de Janeiro, enfrentando todo tipo de dificuldade para realizar seus espetáculos e atrair o público.
Na montagem de Caio de Andrade, o mundo dos ciganos emoldura os elementos cenográficos, os figurinos e a música, colocando os “gitanos” como arautos e porta-vozes dos nômades, andarilhos e aventureiros. Com isso, o espetáculo ganha características do gênero burleta, pois traz traços de operetas, revista de ano e comédia de costumes.
Canções inéditas feitas pelo jovem compositor Rafael Diniz trazem música ao vivo cantadas por um elenco de atores-cantores, acompanhados de uma banda.
A peça já recebeu muitas montagens de sucesso. Destaque para o premiadíssimo espetáculo de 1959, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com Fernanda Montenegro, Sergio Britto, Fernando Torres e grande elenco.
Comediógrafos Brasileiros
A peça é a terceira da trilogia “Comediógrafos Brasileiros”. Eles deram a base que resulta no modo brasileiro de fazer comédia. Desde meados do século 19, quando os espetáculos consagrados eram importados da Europa, Arthur Azevedo, França Junior e Martins Pena levaram o Brasil à cena, com personagens nacionais, nosso cotidiano, a prosódia, as questões políticas, o panorama econômico e a fragilidade das instituições que passavam por grandes modificações. Tudo isso começa a aparecer nos palcos através do trabalho desses três grandes dramaturgos.
“As Doutoras”, de França Junior, e “O Juiz de Paz na Roça”, de Martins Pena, também foram apresentados no final de 2016 pela Companhia de Jovens Atores do UniFatea e Instituto Santa Teresa.










