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Foto: Dudu Cardoso
EDITORIAS / Geral Política

Ciclofaixas geram insatisfação a comerciantes e munícipes da cidade

21/06/2017

Conhecida nacionalmente como a “cidade das bicicletas”, Lorena faz jus à fama: segundo levantamento realizado em 2015 pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, a cidade possui cerca de 60 mil bicicletas para uma população de cerca de 87 mil habitantes.

Apesar do número significativo, as ciclovias recém implantadas na cidade não têm sido tão bem recebidas pela população, especialmente nas ruas do Centro. A maior parte das reclamações aponta que os munícipes acreditam que as ciclovias foram feitas em ruas e lugares inadequados, atrapalhando tanto o comércio quanto o trânsito.

Outra reclamação crescente é de que não há lugares suficientes para estacionar no Centro e nas principais ruas da cidade. E que nem os diversos estacionamentos privados estão dando conta da demanda. O resultado é o desgaste de tempo e paciência em busca de uma vaga.

Há também relatos de munícipes que acreditam que as ciclovias deveriam existir em avenidas que tenham um movimento constante de veículos, como a avenida Peixoto de Castro, por exemplo. Inclusive, existe um projeto da Prefeitura, realizado em parceria com o UniFatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), ligando o Centro da cidade até o Eco Valle Shopping, às margens da Rodovia Presidente Dutra, que não foi colocado em prática. “Um trajeto como esse seria interessante para oferecer segurança aos ciclistas de todas as idades”, considera a lorenense Débora Nogueira.

Ciclovias em funcionamento

Segundo a Prefeitura, em 2016, a cidade contou com um investimento de R$336.786,15, destinado para as ciclofaixas da avenida Marechal Argolo (Vila Passos), avenida Targino Vilela Nunes (Vila Nunes) e uma ciclorota que ainda não teve início, que irá abranger as ruas São Benedito, Padre Pedro Saciloti e a avenida São José. Diferente da ciclofaixa, a ciclorota tem um espaço limitado para o tráfego de bicicletas. Outros R$200.000,00 foram destinados às ciclofaixas que ligam a rua Major Oliveira Borges à avenida Marechal Teixeira Lott, que tem um total de 1,6 km.

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O que diz a administração municipal

Consultada sobre as reclamações constantes dos munícipes e comerciantes, a Prefeitura afirmou que as implantações das ciclofaixas foram discutidas e decididas em audiências públicas preliminares abertas à população, realizadas em 2015. “Foram realizadas 10 audiências públicas preliminares em diversas regiões da cidade e uma audiência pública final, para apresentar e debater vários assuntos. Entre eles, a Mobilidade Urbana; e dentro desta temática, as ciclofaixas”, consta da nota oficial.

Ainda de acordo com a Prefeitura, as audiências também contaram com a presença de vereadores e comerciantes da cidade. “Durante a implantação da ciclofaixa Centro / Vila Nunes, em especial, a Secretaria de Obras e Planejamento Urbano recebeu uma comissão de comerciantes e vereadores, e posterior a isso, uma reunião dentro de um estabelecimento comercial, onde foram convidados os comerciantes da região central. O objetivo foi esclarecer dúvidas e reforçar a necessidade desse investimento em mobilidade urbana. Cerca de 10 comerciantes, mais os vereadores Beto Pereira e Maurinho Fradique, participaram da reunião”.

Finalizando sua justificativa, a administração municipal diz: “Além disso, diz que as medidas foram tomadas por conta da grande quantidade de bicicletas existentes na cidade. A bicicleta, como meio de transporte, é uma crescente nas cidades brasileiras, principalmente por surgir como solução inteligente e sustentável para o excesso de veículos e congestionamentos. Em sintonia com essa nova realidade do país, Lorena, que possui o maior número de bicicletas por habitantes no país, tem investido na implantação de ciclofaixas, vias exclusivas para esse meio de transporte”.

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