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Problemas de aprendizagem que podem vir a prejudicar seu filho:

06/03/2018

A fase de escolarização é um dos momentos mais importantes da vida da criança. É um período delicado e que requer atenção especial dos pais. Afinal, a criança está prestes a iniciar uma rotina completamente nova em busca de conhecimento.

É comum que algumas crianças aprendam rapidamente, assim como também é normal que algumas levem um pouco mais de tempo. Cada uma tem seu ritmo. Porém, em certos casos, em que a criança demora muito mais tempo para aprender sobre determinada coisa, pode ser um sinal de problema. E quando elas precisam de um tempo bem maior para aprender o que foi ensinado, é bom que os pais e os professores estejam atentos para os distúrbios e problemas de aprendizagem.

Para esclarecermos melhor sobre o assunto, vamos falar rapidamente sobre cada um:

Discalculia – é uma desordem neurológica específica que dificulta a habilidade da criança de compreender e manipular números, como probleminhas, aplicações e conceitos matemáticos. Essa desordem não está relacionada com problemas na visão ou audição, e é definida por alguns especialistas como uma inabilidade para contextualizar os números.

A criança com discalculia é incapaz de:

– Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior.

– Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.

– Sequenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.

– Classificar números.

– Compreender os sinais.

– Montar operações.

– Entender os princípios de medida.

– Lembrar as sequências dos passos para realizar as operações matemáticas.

– Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.

– Contar através dos cardinais e ordinais.

Déficit de atenção – é um transtorno neurobiológico com causas genéticas que costuma aparecer justamente na infância, mas frequentemente pode acompanhar a pessoa mesmo na vida adulta. O déficit de atenção é considerado um distúrbio de aprendizagem, caracterizado pela incapacidade involuntária da criança em manter atenção no que está sendo ensinado.

Hiperatividade – muitos confundem a hiperatividade com o déficit de atenção, apesar de uma das suas características ser a falta de atenção, já que a criança hiperativa não consegue prender a atenção em tudo. Ela também quer realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, não dedicando-se 100% a nenhuma delas. O hiperativo é muito agitado e não consegue ficar parado.

Disgrafia – a criança que apresenta esse distúrbio tem como característica uma escrita ilegível. Isso decorre em dificuldades no ato motor da escrita, alterações na coordenação motora fina, ritmo e movimento, o que sugere um transtorno práxico motor. Por encontrar essa dificuldade, em muitos casos, a disgrafia vem acompanhada da dislexia.

Dislexia –  considerado um distúrbio genético e neurobiológico, que não tem ligação alguma com a preguiça, falta de atenção ou má educação.  É uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração, que pode também ser acompanhada de outras dificuldades, como, por exemplo, na distinção entre esquerda e direita, na percepção de dimensões (distâncias, espaços, tamanhos, valores), na realização de operações aritméticas (discalculia) e no funcionamento da memória de curta duração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado. O que acontece com a criança disléxica é uma desordem das informações recebidas, que acabam inibindo o processo de entendimento das letras e interferindo na escrita. O processo de leitura e escrita, por exemplo, exige duas funções do cérebro, e o disléxico possui uma limitação em uma delas.

Para todos os casos citados, existem tratamentos que ajudam a criança a desenvolver suas habilidades e minimizam o distúrbio, para que ela possa aprender da melhor maneira possível. Os pais que suspeitarem de algum dos distúrbios devem procurar diagnóstico e tratamento especializado para lidar com o caso.

Essa é uma fase em que os pais devem estar atentos; quanto mais rápido o diagnóstico for feito, melhor é para criança. Converse com o pessoal da escola e veja como está o rendimento do seu filho. Tirar nota baixa é normal e acontece, mas se isso persistir, é importante analisar o caso com mais cuidado. Somente um especialista pode dar o diagnóstico exato.

 

 

COLUNISTAS / Meg Lorenzo Castilho

Margarida Maria de Lorenzo Castilho Nunes é psicóloga, pós-graduada em Psicopedagogia e Psicomotricidade, professora de pós-graduação de Psicopedagogia, brinquedista (criadora da Brinquedoteca do Clube Comercial de Lorena), especializando-se em Neuropsicologia.  Em sua clínica, realiza atendimento psicológico e psicopedagógico para crianças, adolescentes, adultos e idosos.


meglcnunes@yahoo.com.br

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