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Suicídio na infância e adolescência

17/09/2018

Eu sei, é difícil compreender que uma criança ou adolescente possa querer se matar. Mais complicado ainda é explicar por que esses atos acontecem.

O fato é que podem ser diversas as causas que acarretam esse tipo de problema. O sentimento de abandono, a experiência de abusos físicos ou sexuais, a desorganização familiar, o desajustamento na escola ou em casa e a desesperança em relação ao futuro são alguns dos fatores que aparecem como motivadores.

Na infância, os distúrbios do humor podem se apresentar de maneira muito mais sutil do que em adultos. Depressão pode ser uma possibilidade quando a criança que tinha um desenvolvimento normal muda o comportamento.

Inúmeras pesquisas recentes sugerem que uma em cada sete crianças está sujeita a sofrer depressão antes dos 14 anos e que muitas vivem sem terem sido diagnosticadas e tratadas, o que acarreta consequências devastadoras para a própria criança, familiares e até para a sociedade.

Conheça alguns fatores de risco:

* Abuso de drogas

O álcool e as drogas são, muitas vezes, uma forma de fugir dos problemas e, além disso, podem favorecer algum estado depressivo. Há relatos de uso cada vez mais precoce.

* Desorganização familiar

A sensação de abandono e de falta de atenção pode levar a criança a atitudes extremas.

* Quadro de depressão

Os adolescentes, especialmente, têm dificuldade em lidar com a depressão. Podem reagir com raiva e agressividade.

* Alterações de conduta

Tornar-se agressivo, começar a faltar às aulas, piorar o desempenho escolar, dormir demais ou muito pouco, comer muito ou quase nada e isolar-se são mudanças de comportamento que devem ser acompanhadas de perto.

* Gestações precoces

Em alguns casos, meninas que tentam abortar e não conseguem acabam fazendo uma tentativa de suicídio.

* Abusos e maus-tratos

Abusos sexuais e físicos podem estar relacionados às tentativas.

* Autolesões

Está mais comum entre crianças e adolescentes a prática de infligir lesões em si mesmo com lâminas ou estiletes.

Outras alterações importantes:

 – A criança passa a se isolar dos amigos e das atividades antes prazerosas.

– Passa a sentir sono e dormir muito durante o dia.

– Perda de apetite e perda de peso.

– Passa a sentir muito medo e insegurança, tornando-se mais dependente dos pais.

– A criança passa a dormir mal à noite e a apresentar muita insônia ou pesadelos.

– Queda do rendimento escolar.

– Apatia, pouca motivação, letargia, desânimo.

– Ansiedade ou angústia permanente.

– Intensa irritabilidade e agressividade.

– Aumento de energia e redução marcante do tempo de sono sem se cansar.

Como pais e educadores devem agir:

– Mantenha uma atitude não julgadora e sim de compreensão.

– Desenvolva uma escuta atenta sobre os problemas e angústias dos adolescentes.

– Ressalte a esperança na possibilidade de melhora pela psicoterapia ou pela medicação antidepressiva.

– A melhora inicial do paciente em meio ao tratamento não descarta hipótese de suicídio. Pelo contrário: em alguns casos, eles buscam a morte no momento da melhora.

– Não tenha preconceito com internação, caso especialistas recomendem.

– Mantenha-se vigilante em relação aos sites frequentados. É comum pessoas doentes buscarem na internet uma forma de se aliviar. Por vezes, acabam encontrando pessoas tão ou mais doentes ou com grupos anônimos que estimulam o suicídio.

– Demonstre sempre confiança e amor pelo jovem.

 Mitos e verdades:

Mitos

  • Quem quer se matar não avisa!
  • Um suicida quer realmente morrer?
  • Suicídio é covardia ou coragem?
  • O suicida tem que estar deprimido?

Verdades

  • 80% avisam que vão se matar!
  • O suicida não quer morrer e sim parar de sofrer!
  • O suicídio é visto como uma solução!

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