Sabe aquela sensação de que o dia é insuficiente para o cumprimento de todas as obrigações? Afinal, é preciso muita dedicação para usufruir, após alguns anos, dos benefícios de uma vida laboriosa.
O brasileiro considera trabalhar até os 60 e viver desfrutando de algum prazer por pelo menos 10 anos. Tudo bem que a história interminável da reforma da previdência deixa a turma daqui um tanto insegura em relação aos planos futuros.
E se pudéssemos ter tempo – muito tempo – para vivermos descansando, só “de boa”? E se desse para trabalhar por 60 anos e viver por mais 60?
Tem um lugar no planeta em que a expectativa de vida é de 120 anos. Fica na Índia. É chamado de Vale de Hunza. O verdadeiro paraíso na Terra. Situado nas montanhas do Himalaia, extremo norte da Índia, o vilarejo tem 30 mil pessoas e sobrevive comendo alimentos orgânicos. Para você se localizar, Hunza fica no ponto fronteiriço entre Caxemira, Índia e Paquistão.
Lá, as mulheres idosas têm filhos normalmente e o sujeito com 85 tem vigor de 45. A vida começa aos 80 (não aos 40, como acontece por aqui).
Este Jardim do Éden real tem apenas 2.500 metros quadrados e já chamou a atenção de pesquisadores ingleses em 1916. Em Hunza, se fala o Burushaski.
O médico britânico Mac Carrisson ficou na região por sete anos. Em seus relatos, registrou que as pessoas de Hunza vivem mais porque restringem o consumo calórico diário a 30% e comem cereais integrais, frutas, verduras e castanhas. O damasco é ingrediente básico. Procurei, mas não encontrei no relatório feijoada, cerveja e picanha. Infelizmente. Eles até comem carne, mas raramente, em ocasiões especiais – e em pequena quantidade. Churrasco? Nem pensar!
A primeira alimentação deles acontece ao meio-dia. E fazem duas refeições diariamente. Antes de comerem, levam uma vida agitada, sem sedentarismo. Com isso, efeitos antioxidantes da atividade física são mais intensos, pois a malhação acontece em jejum.
Resumindo, para viver mais: coma menos, pratique atividade física e reduza o consumo de alimentos calóricos, processados e de bebida alcoólica. Se possível, mude-se para Hunza. Senão, viva por aqui mesmo. Mas morra feliz e mais cedo. É isso.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
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