Por José Aurélio Pereira
As intempéries do presidente, resultantes de um comportamento pra lá de impulsivo, são bastante conhecidas, agora e antes da eleição dele ao posto mais importante da República. Bolsonaro é fruto da ascensão de uma direita que só emergiu graças aos percalços promovidos por um sistema centro-esquerdista que se mostrou ineficaz no controle do bem público. A roubalheira levou o povo brasileiro a optar pelo extremismo na figura de um político paradigmático.
O monsenhor Jonas Habib declarou, durante a visita de Bolsonaro à sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista, no final de 2018, que o atual mandatário do Palácio do Planalto era “o presidente de que precisávamos”. Sempre concordei com esta afirmação. Reitero, no entanto, dizendo que o que é viável nem sempre é o ideal.
Falta compostura a Bolsonaro. Na forma como se referiu à primeira-dama francesa. No modo como se insinuou jocosamente para uma repórter da Folha. E, nesta semana, na maneira como tratou repórteres colocando um comediante para responder perguntas em seu lugar e distribuindo bananas aos comunicadores que tentavam entrevistá-lo.
Alguns vão defender Bolsonaro, dizendo que a imprensa é isso ou aquilo e merece a retaliação do “mito”. Outros vão falar que todos já conhecíamos o temperamento reativo do ex-deputado. Concordo com a segunda afirmação, mas tenho algo a acrescentar.
Quem envereda para a vida pública tem que saber lidar com crítica. E quem quer representar um coletivo deve estar ciente de que não mais fala por si, mas por um grupo. Não é bom para a imagem do país alguém de comportamento infantilizado. Já somos ridicularizados o bastante lá fora, dada a avaliação internacional de riscos realizada anualmente. Ouvi recentemente de um estrangeiro que somos um povo “acostumado com a recessão”.
A imprensa deve ser respeitada. E deve cumprir com ética o seu papel fiscalizador.
O presidente, por outro lado, pode melhorar a relação com as pessoas se tiver bons assessores, que saibam orientá-lo com media training e pequenas noções de etiqueta.
Precisamos, sim, de austeridade no trato do bem público. Mas também gostamos de ser tratados com respeito. Porque a presidência da República não é lugar para piadas. Os jornalistas e, em geral, os brasileiros não são palhaços.
É isso.
José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.
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