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O desabafo de Ivana Bastos, após a invasão de sua Imobiliária: “Mais uma vitória da impunidade e da indiferença”

24/11/2020

Há cerca de 10 dias, a Imobiliária Bastos, que fica na rua Barão da Bocaina, no Centro de Lorena, foi invadida, furtada e danificada. A seguir, o relato e o desabafo de Ivana Bastos, proprietária do empreendimento, que já tem 46 anos de tradição na cidade:

“Estou pensando como a impunidade impera no Brasil. Vivemos num Brasil tão carente, onde falta tudo, mas o crime é “organizado”. Mesmo com tanta impunidade, não me canso de indignar-me. E ENTREI PARA AS ESTATÍSTICAS!!!

Eu sei que os ladrões estão cada vez mais audaciosos, quase sempre levam a melhor, zoam e não respeitam a Polícia… Dinheiro fácil, não querem trabalhar, nem esforço ou uma gota de suor. Sei também que os vizinhos não têm obrigação de tomar conta do meu escritório.

No início da madrugada do dia 13 de novembro, com muita gente passando pela rua, que tem muitas residências, fui furtada. Tenho 2 vizinhos na Imobiliária, um de cada lado, que moram nos imóveis. Mesmo com tantos equipamentos de proteção, cuidados, aparatos de segurança, câmeras, grades, correntes, cadeados, alarmes, sirenes e cerca elétrica, meu escritório foi invadido, arrombado, vandalizado, portas quebradas e câmeras arrancadas.

Com certeza, fez barulho. O alarme tocou, pessoas viram e escutaram. Mas nessa hora, todo mundo ficou surdo e cego.

Vandalismo puro. Papéis jogados, amassados… Crueldade, maldade, santas jogadas, prejuízos materiais, portas arrombadas, roubaram a central de alarmes e até os telefones eles levaram.

Ficou aquela sensação de desalento, desamparo, de invasão e da certeza, mais uma vez, da impunidade. Fiquei muito abalada e chateada. Passei muitos dias sem poder trabalhar, pois não tinha internet, telefones, nem saúde mental. Tivemos que organizar toda aquela bagunça, tudo revirado, jogado no chão, documentos espalhados, portas quebradas e papéis espalhados.

Fiquei com muito medo e até hoje me sinto paralisada e em pânico. Vivo em alerta, sensação que alimenta ainda mais o meu mal estar. Tenho certeza de que, quem já viveu esta situação, compreende o que sinto. Quem não viveu, vai entender quando acontecer consigo. Enquanto eu não tenho tempo, pois saio todo dia para trabalhar e pagar minhas contas, os ladrões têm tempo de sobra para observar tudo, passar o serviço e dividir o fruto do roubo.

Foram diversos indivíduos, quadrilha bem organizada e que não tem medo de ninguém. E continuam roubando sem medo, ganhando, mais uma vez, da Polícia.

Entraram pela porta da frente, arrebentaram tudo, sem medo de ninguém, sem pena, e com a certeza de que nunca serão pegos. Mas o que me consola??? É que eu acredito que o mau sempre volta para o remetente! E se… talvez… se alguém pudesse ter feito alguma coisa e não fez, é pior que os ladrões, que são organizados, chiques, mas desconhecidos. Eles gostam de carro novo e roupas boas, mas não querem trabalhar.

Meus vizinhos são conhecidos! Não posso afirmar nada; vai da consciência de cada um. Mas talvez esta maldade e crueldade poderia ter sido evitada, pois deixei celular de contato do meu irmão e a sirene do alarme tocou. O carro dos ladrões ficou parado o tempo todo em frente ao escritório e um dos vizinhos, quando saiu, deu de cara com eles. Talvez um bom cristão, um filho de Deus, uma alma boa, com compaixão, um bom amigo, filho de uma boa mãe, uma pessoa temente a Deus, com empatia e sensibilidade… Aquele cara gente boa, amigo, bom caráter, homem de fé, irmão em Cristo, pudesse ter evitado ou amenizado todo esse mal e sofrimento. Quem sabe?!? Só penso, porque não sei nem posso afirmar.

Somente cada um e sua própria consciência. Não tenho o direito de julgar, mas acredito na lei do retorno. ESSA NÃO FALHA. Se acontecesse com meu vizinho, eu jamais ficaria calada. No final, vamos dar conta de nossas ações. O futuro dirá!

Não adianta usar imagens, novenas ou a igreja como refúgio e proteção, pois Deus vê tudo e todos e pede que o bem seja praticado para o filho(a) Dele. E o bem e o mal se pagam com o BEM.

Vivemos um tempo de pouco caso, desprezo, egoísmo, indiferença… ninguém faz nada pelo outro. São tempos difíceis, onde ninguém se importa com o outro. Vivemos a inversão total de valores e maus exemplos não são punidos. O errado virou certo. Você não tem pra onde fugir ou alguém pra te amparar e proteger. A falta de amor e a insensibilidade contaminaram a maioria e a ausência de espiritualidade é cada vez mais presente.

Vivemos uma crise econômica, de impunidade, de valores e ainda uma crise de saúde, com a pandemia. Para Deus, peço saúde, coragem e força para continuar trabalhando, gerando empregos e pagando meus altos impostos, que deveriam ir para a proteção, segurança, educação, hospitais, saúde, escolas, policiais serem bem remunerados, enfim… para todos os cidadãos do bem.

Para os invejosos, um lembrete: a inveja paralisa a sua vida e não permite que seus pés caminhem, corrói, sufoca e mata. E não se esqueça: cada vez que você torce, faz uma ação e reza para o outro se dar bem, sua luz acende, brilha e ilumina a sua vida!”

 

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