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“Melhor parte é proteger a população e colocar o bandido na cadeia”, afirma dr. Braga, sobre seu trabalho

22/07/2015
Foto: Graziela Staut

Quando chegou a Lorena, no dia 10 de março de 2015, no posto de novo delegado titular, dr. Ernani Ronaldo Giannico Braga precisou enfrentar uma crise de violência que estava assustando a população, principalmente pelo aumento dos casos de homicídios.

Na verdade, dr. Braga voltava para Lorena, a convite do delegado Seccional de Guaratinguetá, dr. Márcio Ramalho, após dois anos como titular de Canas. Antes de Canas, dr. Braga atuou durante anos aqui na cidade, no setor de Homicídios e no combate ao tráfico de drogas.

Cabe registrar que, quando assumiu a titularidade da vizinha cidade, apesar de pequena, Canas registrava também crimes graves, com vários casos de homicídios e tráfico de drogas. Mesmo com pouquíssima estrutura – principalmente pela deficiência de policiais (durante muito tempo, o delegado contava apenas com uma escrivã em sua delegacia e nada mais) –, dr. Braga conseguiu desenvolver um bom trabalho. O trabalho de investigação e esclarecimento dos crimes e denúncias colocou a cidade numa posição privilegiada, em que as ocorrências registradas são raras. Foi desta forma que dr. Braga deixou Canas, para assumir Lorena.


Perfil diferenciado

Quando chegou a Lorena, há quatro meses, a expectativa era grande. Colegas de trabalho creditam essa fama de bom policial e bom chefe ao seu perfil operacional. Isso quer dizer que ele não fica apenas na delegacia, na parte burocrática. Dr. Braga põe a mão na massa, vai atrás, investiga, realiza operações, cumpre mandados, sempre ao lado de sua equipe.

“Quando cheguei, encontrei uma situação administrativa e de Polícia Judiciária que não era condizente com o meu modo de atuação. Então, a primeira coisa que fiz foi uma reorganização administrativa nos meus moldes, pois cada um tem sua maneira de administrar, visando otimizar os parcos recursos humanos e materiais com os quais podemos contar”, disse dr. Braga, com exclusividade ao Portal de Notícias “O Lorenense”.

Porém, o delegado afirma estar ciente que combater a criminalidade é uma luta diária e constante; e que este é apenas o começo.

Outra medida importante foi a maior aproximação com a Polícia Militar na luta contra o crime. Assim que assumiu Lorena, as operações conjuntas entre as Polícias Civil e Militar voltaram a ser realizadas e, nestes quatro meses, mais de 200 kg de drogas foram apreendidas, tirando-as de circulação e causando grande prejuízo aos traficantes.

Para dr. Braga, este trabalho em conjunto com a Polícia Militar é vital para a obtenção de resultados significativos. O delegado cita também a parceria com a Prefeitura. “O trabalho da Guarda Civil Municipal, por exemplo, é muito bem vindo. Quando a Guarda puder começar a realizar patrulhamento preventivo, será melhor ainda”, considera. “Qualquer ajuda no combate à criminalidade é bem vinda. E se for para estar junto em prol da população, a Polícia Civil recebe todos os reforços oferecidos”.


Homicídios e roubos na cidade

Justamente quando dr. Braga chegou a Lorena, vários homicídios ocorreram. Somente entre março e abril, foram 12 registros de mortes criminosas na cidade. 

“Os homicídios que mais nos preocupam são aqueles relacionados ao tráfico de drogas. E estes a gente combate combatendo o tráfico, apreendendo drogas e prendendo os bandidos. Agora, os crimes passionais e os de vingança são mais difíceis, por serem imprevisíveis na maioria das vezes”, explica o delegado.

Nos últimos quatro meses, os homicídios registrados em Lorena têm sido investigados, com muitos autores identificados e presos. “E outros ainda serão presos, porque estamos investigando todos os casos, um a um, sem trégua”, garante dr. Braga. Desde março deste ano, já foram esclarecidos 11 casos (incluindo ocorrências registradas em anos anteriores, mas sem solução até então). Somente no último mês, a equipe da Polícia Civil conseguiu esclarecer quatro homicídios e mais duas tentativas. 

Já em relação aos roubos, o delegado disse que providências também estão sendo tomadas. A parte que cabe à Polícia Civil é a investigação dos autores dos crimes. Um deles, inclusive, foi preso no final do mês de junho, após confirmação de que era o autor de vários roubos na Vila Nunes e na Vila Geny, às margens da linha férrea e embaixo do viaduto, próximo ao Clube Comercial. “Este rapaz, de prenome Hiago, é de Roseira. Ele confessou que só roubava smartphones e que suas vítimas preferidas eram as crianças”, conta dr. Braga. “Depois que ele foi preso, várias outras vítimas vieram à delegacia para reconhecê-lo”.


Muita droga apreendida

Durante estes quatro primeiros meses de novo comando, têm sido comuns as grandes apreensões de drogas, tanto em ações da Polícia Militar quanto da Polícia Civil e em investigações e operações integradas.

São mais de 200 kg de drogas apreendidas que já foram incineradas. E mais de R$ 3 milhões de prejuízo aos traficantes da cidade. Somente em junho, foram 5 flagrantes de destaque de tráfico, com enorme quantidade de entorpecentes apreendidos. Vale relembrar: javascript:nicTemp();

A última grande apreensão foi realizada nesta segunda-feira, 20 de julho, pela Força Tática da Polícia Militar, no bairro Cecap: 5.512 pinos de cocaína. Se cada pino de cocaína tem, em tese, 1g, são mais de 5,5 kg apreendidos.



Apoio do MP e Judiciário

Além do trabalho conjunto com a Polícia Militar e com a Prefeitura, dr. Braga também faz questão de registrar o contato constante com o Ministério Público e Judiciário locais. “Trabalhamos conjuntamente por uma questão de profissionalismo, de amizade e de respeito mútuo. O apoio que temos recebido é fundamental e temos mantido conversações no sentido de que os menores que são apreendidos, que fiquem apreendidos, ao invés de serem liberados após o flagrante. É uma política em conexão, de entendimento entre a Polícia, MP e Judiciário para a apreensão de adolescentes”, afirma dr. Braga.


“Melhor parte é proteger a população e colocar o bandido na cadeia”

Finalizando a entrevista, dr. Braga foi questionado sobre quais são suas expectativas em relação à segurança pública da cidade.  O delegado foi enfático: “Trabalho, muito trabalho. Mas é o que a gente sabe e gosta de fazer”.

Sobre os principais problemas enfrentados à frente da Polícia Civil de Lorena, não há dúvidas: “A falta de recursos humanos é o problema estadual mais grave. Aliás, é extremamente grave. E uma realidade que enfrentamos aqui também. Faltam recursos materiais, mas a falta de policiais é muito pior”.

Já em relação ao que é mais gratificante em sua profissão, dr. Braga respondeu prontamente: “Proteger a população. É esse o objetivo do meu trabalho. E colocar o bandido na cadeia”.

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