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COLUNISTAS / Cantinho literário

Ecos de um povo

03/03/2015

São quatro as estações,
mas vivemos nas agruras do inverno
dia a dia, que parece eterno.
 
O povo está só, foi iludido e traído.
E o inimigo se esconde atrás
da cortina do quarto de Jacó.
 
Uma inegável sensação de vazio no estômago,
que na verdade dói na alma,
a fome que deveras, sente.
 
Povo inocente, povo enganado,
sonhos quebrados, expectativas frustradas,
promessas não cumpridas, asas partidas.
 
Sentimento agridoce,
é o gosto da desesperança
de um povo ingênuo e passivo,
pela cultura reprimida de suas raízes.
 
Ah, se houvesse nos planaltos ou mesmo nas planícies,
parlamentares destes brasis, realmente homens
de caráter ilibado, a ressonância do grito,
ecoaria desde o canyon (fenda rochosa sulista),
passando pelas pradarias gaúchas, e seria ouvido,
com clareza na caatinga nordestina, ricocheteando
nas montanhas de ferro das gerais, indo se embrenhar,
no emaranhado intenso da floresta tropical.
 
E mesmo um ateu, que ainda procura Deus
dentro do homem, anseia que o rebanho
troque de lugar com a ovelha desgarrada,
para que não sirva novamente para a tosquia.

COLUNISTAS / Regina Rousseau

Membro fundadora da Academia de Letras de Lorena, da qual é atualmente a diretora Cultural, Regina Rousseau é licenciada em Pedagogia, professora, escritora e aprendiz de poeta. Compõe versos simples, melódicos e suaves para si mesma e para seu leitor. Em 1998, editou seu primeiro livro de poesias, “O Canto do Rouxinol”. Escreveu outros romances, ensaios e crônicas, muitos a serem editados. Escreveu no jornal Guaypacaré por 16 anos, uma coluna semanal; atualmente, escreve no jornal “O Lorenense”, no Cantinho Literário.

 


reginarousseau@hotmail.com

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