Esperamos da nova Administração de Lorena, o comprometimento para a reconstrução da nossa Praça. Ela era linda… e perdeu o encanto e a poesia da época em que saíamos do cinema e ficávamos passeando por entre os jardins… Quantas gerações por ela não passaram!
Na domingueira, os rapazes passeavam do lado de fora, as moças do lado de dentro, rodavam como os ponteiros de um relógio, a paquera rolando… quantos namoros e casamentos começaram ali. A quermesse nas festas da Padroeira, os desfiles carnavalescos e bandas, a festa quando ganhávamos a Copa, tudo girava em torno dela.
As árvores podadas iguais e, embora o jardim fosse ladeado por arcos de ferro em volta do gramado, como proteção, ninguém pisava na grama. Entretanto, havia um jardineiro que chamávamos de “Vermelhinho”, porque ele ficava vermelho quando ficava irritado.
“Vermelhinho” andava com um reio de cabo longo e um chicote de couro trançado. Ele andava com aquele reio para se proteger e defender a Praça, apesar de não haver abusos por parte dos jovens. O respeito era total e havia multa também para quem colhesse flores ou pisasse na grama, as plaquinhas diziam isso. Não podia assentar no encosto dos bancos e nem colocar os pés no assento.
Todos nós respeitávamos o jardineiro e sua autoridade de quem tão bem cuidava deste jardim lindo. Os canteiros baixos, harmônicos uns com os outros, com debrumos delicados nas suas bordas. A grama verdinha, favorecida pela umidade e fertilidade natural do solo.
Agora, ao passar por nossa Praça, sinto um aperto no coração. O abandono é visível, até para quem não a conheceu como nós! Os canteiros foram elevados e colocadas terras estéreis, nenhuma grama sobrevive nelas. Foram tirados os pisos de pedra São Tomé e os ladrilhos hidráulicos preto e branco na calçada de fora. Foram cortadas muitas árvores. E colocada aquela lona indecente no coreto, de péssimo gosto, que só serve para pichações.
Os bancos confortáveis foram tirados e a Praça detonada, acabou de ser enterrada com o desleixo de várias administrações.
Lorena cresceu, a população aumentou, mas ainda guarda suas tradições e, a maior afinidade desse povo está ligada à Praça… Há um envolvimento muito grande das pessoas e percebe-se claramente que elas perderam esse símbolo, esse marco de união, onde ali todos se encontravam, divertiam e namoravam.
Precisamos resgatar nossa Praça, o resgate da autoestima do lorenense diante de todos os desmandos pelos quais passou, na fadada restauração da Praça, na administração Aloísio Vieira, com a anuência da Câmara Municipal e do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico).
O lorenense quer de volta seu local de descanso, de bate papo, de encontro das famílias e da brincadeira das crianças. A Praça sempre foi local de reunião da família lorenense, das nossas festas tradicionais e, por isso, precisa ser recuperada e devolvida ao povo de Lorena. Acho que é isso que todos nós queremos… e depois passear entre suas flores, como antigamente.