Hábito de velho jornalista, leio com atenção um jornal diário logo de manhã e ultimamente tenho ficado assustado com o noticiário da política nacional e com as cifras de vulto que sustentaram, até aqui, as fantásticas maracutaias com que tem sido movimentado em suspeitas manobras o dinheiro do povo – que muito se queixa sem ser ouvido.
O custo de vida está alto, os serviços, de um modo geral, são onerosos para o homem comum; a criminalidade é assustadora e nos intranquiliza a todos; as apropriações do dinheiro público já chegam – segundo se noticia – à casa dos bilhões; os presídios nem comportam mais os presos comuns porque já lhe estão chegando altas figuras da economia nacional.
Apesar das medidas de segurança ainda funcionarem, a impressão que se tem é de que a legislação penal não acompanha o crescimento da criminalidade, colocando nossa sociedade perto da anomia – a insuficiência das leis, o desrespeito às autoridades, à falta de confiança do cidadão nas normas da vida coletiva.
Os partidos políticos se desmontam visivelmente. É um salve-se quem puder… e como puder.







