Por Beatriz Neves

Eu li, em algum lugar, que a honestidade é a melhor poesia. Então, resolvi tentar:

Vejo, cada vez mais, pessoas cegas de ódio, rancor e de falta de entendimento.

Te oferecem drogas, te oferecem armas, te oferecem até a cadeia, mas não te oferecem um abraço ou uma mão amiga.

Te falam para não ligar pro dinheiro, para seguir teu coração e ser feliz, mas, na realidade, te cobram o contrário. Só falam da alta do dólar e de como queriam comprar um carro novo. E o pior, se entregam de corpo e alma a algo que mal lhes tira um sorriso, mas lhe garantirão carros e roupas da moda. Te falam pra aproveitar o momento, todavia, você não pode se esquecer de estudar para se alguém e de juntar dinheiro para velhice!

Se dizem não preconceituosos, mas frases como “Olha que saia curta! Ela deve estar fazendo ponto ali!”, “Ser gay tudo bem, desde que não seja perto de mim, ou seja, afeminado”, “Ah, aquele negrinho ali? Deve estar aqui só por causa das cotas”, “Aquilo é homem ou mulher?”.E tantas outras, ainda são muito frequentes.

Sem falar na corrupção! Cobram que os políticos sejam honestos, que não roubem dinheiro público e cumpram com as promessas, mas quando o caixa entrega o troco a mais, finge que não viu e vai embora. Para em vaga de deficiente com a desculpa de “é rapidinho”. Falsifica carteirinha de estudante só pra pagar mais barato em shows e cinemas. Fora tantos outros atos comuns ao povo brasileiro!

Depois de tudo isso, só pode concluir uma coisa: se honestidade é a melhor poesia, estamos carentes de poesias boas.
Sobre a autora:

Beatriz Ignácio Neves nasceu em Belém – PA, mas mora há mais de cinco anos em Guaratinguetá. Tem dezesseis anos, cursa o terceiro ano do Ensino Médio e o terceiro ano do Técnico em Química no Cotel (Colégio Técnico de Lorena). Ao mesmo tempo em que pretende seguir a carreira química, pretende ser psicóloga e tudo mais que um dia imaginou ser. Começou a escrever aos onze anos e, então, nunca mais parou. Amante de livros desde a infância e sonha em, um dia, tocar as pessoas como seus autores favoritos a tocaram.