Autor: Caio de Andrade
Dramaturgo, diretor e produtor teatral, Caio de Andrade nasceu em Lorena (SP), no dia 25 de novembro de 1960, e construiu sua carreira no Rio de Janeiro.Formado em jornalismo, trabalhou na TV Manchete e SBT.Ao longo de seus dez anos na televisão, fez inúmeros cursos e oficinas de teatro, chegando a dirigir alguns espetáculos. Nos palcos, como autor e diretor, vem construindo uma ponte entre o teatro e a história do Brasil. Foi o criador do Projeto História em Cena, no Centro Cultural Banco do Brasil - RJ, que levou milhares de estudantes ao teatro ao longo dos seus três anos de existência.Participou de encontros com importantes companhias inglesas, na área de teatro-educação e de inúmeros festivais no Brasil e no exterior. É, hoje, um dos profissionais de teatro mais atuantes e premiados da sua geração.Foto por: Rodolfo Magalhães
Durante a minha carreira profissional, escrevi muito para crianças. Na verdade, para adolescentes, pois minhas peças, na verdade, interessavam mais aos senhores espectadores com mais de 12 anos. Em “A Mágica Aventura Africana” (que escrevi em 1987), fiquei traumatizado, pois foi uma peça escrita para crianças com menos idade e, qual não foi minha surpresa quando, na estreia (no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro), no meio do espetáculo, várias começaram a chorar, assustadas com as figuras representativas dos deuses vindos da África. Nada que a direção não desse um jeito (a peça foi dirigida por um grande amigo, João…
Nossa cidade tem, sem dúvida, uma história de amor com o teatro. Ainda que de forma sazonal, um amor que vai e vem – por vezes tórrido, proclamado e assumido, outras, nem tanto, ele sobrevive. Um amor, digamos, intenso, mas leviano. Culpa do teatro? Talvez. Meio incerto, com aparições inconstantes, há momentos em que ele some, como um caixeiro-viajante, um mascate, com o intuito de vender suas mercadorias mundo afora sai sem hora pra voltar. Mas volta. Felizmente ao que parece, nesse momento, ele está em casa e estão, teatro e cidade, em plena Lua de mel. Bons espetáculos vieram…
Em minha primeira crônica gostaria de dividir, com os leitores do site, um sentimento ímpar que estou vivendo durante essa instigante experiência que é dirigir artisticamente o novo Teatro Teresa D’Ávila. Quando, em 2013, resolvi aceitar o desafio de comandar a reforma de mais um espaço cultural em nossa cidade, o antigo Espaço Arte, na Fatea, hoje transformado numa moderna e acolhedora sala de espetáculos, tive que tomar uma decisão difícil: deixar o Rio de Janeiro, onde morei por quase trinta anos, e me estabelecer em Lorena. Complicado, já que minha vida profissional foi forjada no Rio e recomeçar um novo…

