Autor: Nelson Pesciotta

Membro da Academia de Letras de Lorena. Licenciado em Filosofia e Bacharel em Direito, jornalista e sociólogo. Aposentado do Magistério estadual, no qual foi professor, diretor de escola (só no antigo CEEN Arnolfo de Azevedo, atuou durante 15 anos) e supervisor de ensino. No ensino superior, lecionou na Unitau e na antiga Faenquil (hoje EEL-USP), da qual é patrono do Colégio Técnico.  Foi secretário de Educação e Cultura, em Lorena.Manteve, por mais de 20 anos, coluna semanal no Jornal Guaypacaré.  Promoveu, durante muitos anos, o concurso de declamação Arnolfo Azevedo e outros certames culturais e cívicos.  Foi presidente do Instituto de Estudos Valeparaibanos.  Tem 91 anos de idade.

Em Campinas, 1942, iniciei o curso de Filosofia e logo comecei o trabalho jornalístico no Diário do Povo. A faculdade até me concedeu alguma facilidade financeira, mas a coisa desandou quando escrevi artigos sob o título de “Memórias da vida acadêmica”. O diretor não gostou, tomei uma suspensão e fui condenado num processo perante a Congregação, de forma que só consegui o diploma alguns meses depois e mediante um pedido de desculpas. O Estado Novo em ação…Em Pinda, atuando como orientador educacacional, inventei de ser candidato a vereador na década dos 40; figurei apenas como suplente do PSP, mas tive uma…

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O tempo decorrido de uma atividade humana qualquer pode mudar-lhe o apreço coletivo. Penso isso ao registrar que a Capoeira – prática bem antiga entre nós – acaba de ser oficialmente considerada patrimônio nacional imaterial.Atividade de caráter folclórico, ritmada, foi por algum tempo proibida e considerada imoral, porque os movimentos aproximavam um homem e uma mulher, como na umbigada… Hoje é até cultivada nas escolas.

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Quando faleceu o dr. Arnolfo Azevedo (14/1/1942), Lorena recebeu ilustres homens públicos que lhe prestaram homenagem, como o deputado Hugo Carneiro, que aqui veio pelo trem noturno e assim se manifestou:“Ao chegar a Lorena, observei a imensa desolação, a profunda tristeza que envolvia toda a cidade, pela perda de seu maior filho. Os combustores da iluminação pública, todos envoltos em crepe; raros notívagos pelas ruas desertas; um silêncio tumular descia por toda aquela cidade buliçosa e alegre nos dias normais. Rodeado pela família e por toda a população, o corpo do ínclito cidadão repousava no adro da igreja Matriz. No…

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Pouca coisa dos tantos anos de vida me restam na memória. O atropelo da vida atual, marcada pela pressa e pelo medo, alteraram demais as expectativas humanas e a percepção que cada pessoa tem do mundo que a cerca. As classes economicamente mais poderosas cercam-se de dispositivos de segurança, que alteraram demais os modos de viver dos mais ricos e, em boa parte, acionam a atitude de desconforto do resto da humanidade. Em consequência, é cada vez maior a distância social percebida por todos, mas que mais ofende e amargura os desfavorecidos. E amedronta os mais ricos. Haverá solução para todos? Da minha…

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O nosso velho rio Paraíba do Sul está na berlinda com a crise hídrica, pois suas águas agora interessam aos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, embora já estejam um tanto rasas. A maior porção dos seus 1.100 quilômetros de extensão está em nosso estado, mas o Rio também usa suas águas até para o Rio de Janeiro. Como sua bacia abrange três estados – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, este com um afluente importante, o Paraibuna –, o nosso Paraíba já não é tão “nosso”! É federal. E SP se…

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Como as cogitações eleitorais já se passaram, vamos cuidar de assuntos que permanecem intocados, como a educação popular. Está ela sendo bem cuidada pelos governos e bem acompanhada pelas famílias? A promoção automática satisfaz o interesse nacional? As escolas públicas estão bem construídas e equipadas? O professorado recebeu boa formação e conta com suficiente controle de rendimento? A entidade mantenedora oferece aos alunos complementação alimentar e assistência de saúde física e mental? Os programas de ensino são atualizados?Deixo indicados alguns dos problemas que merecem a consideração dos docentes e dos administradores escolares.Poetas de ontem…Joaquim de Aquino – 1910 – “Contraste”Vem…

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Bosco e Carolina foram alunos do ‘Arnolfo Azevedo’ quando desse colégio fui diretor. Ele, vibrante, agitado, fez-se vereador lá pelas tantas de sua exuberante juventuude: passo firme, voz empolgada, personalidade super ativa. Ela, a doçura em pessoa, meiga, risonha. Promessa de um casal feliz. Namorados, não me causaram problemas. Foram bem comportados… Carolina se fez (como o Bosco) jornalista; espírito aberto, com boa visão da vida social, fez muito bem a sua parte no Jornal Guaypacaré. Lutaram com muitas dificuldades pelo semanário marcou a vida lorenense por quatro décadas.O destino, na sua ingrata tarefa de semear desgostos que só a fé pode…

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