Autor: Regina Rousseau
Membro fundadora da Academia de Letras de Lorena, da qual é atualmente a diretora Cultural, Regina Rousseau é licenciada em Pedagogia, professora, escritora e aprendiz de poeta. Compõe versos simples, melódicos e suaves para si mesma e para seu leitor. Em 1998, editou seu primeiro livro de poesias, “O Canto do Rouxinol”. Escreveu outros romances, ensaios e crônicas, muitos a serem editados. Escreveu no jornal Guaypacaré por 16 anos, uma coluna semanal; atualmente, escreve no jornal "O Lorenense", no Cantinho Literário.
Salve 3 de maio!Minhas sobrinhas Bel e Mariana completam 18 primaveras!(para Bel e Mariana) Duas vidas geradas no mesmo ventre.Duas almas tocadas no agora eterno,sem alteração de tempo. E, no mesmo momento,um eco ressoa no infinitomarcando e registrando,o selo nas almas. Momento sublime e divino.Momento luminoso, momento silencioso.Guardião do tempo! O reino dos céus está dentro de nós.Zilhões de estrelas passam…e para cada estrela minúscula ou enorme,há sempre outra estrela, que é sua outra parte secreta. Uma descarga elétrica infiltra o ventre,são as luzes do céu.Átomos e células magníficas. Agora, são dois botões desabrochando,numa única flor, flor MaBel!
Numa noite escura,Ele, após a ceia, dirigiu-Se,ao Jardim das Oliveiras,onde costumava rezar. Sua alma estava triste até a morte.Testemunhas da Sua agonia foram as oliveiras,que vigiaram com Ele a noite inteira. A Sexta-feira foi sem igual.A escuridão caiu sobre Jerusalémas planícies da Judeia, em toda a Terra. Um dia de injustiça em todos os tribunais,de contradição de um povo que não temconsistência em suas idéias;de políticas gananciosas e invejosas. À hora nona, uma luz inundou a cruz,e o rosto do Salvador tornou-se brilhante como o sol.Depois, curvando a cabeça sobre o peito, expirou.Outra vez, as trevas baixaram a Terra, e se ouviuum estrondo como…
(À Layla Mulinari)Foto: Layla MulinariDesde cedo, a dança representou para ela,uma razão de ser e de existir.O oásis da sua vida é a música. Ao vê-la bailar, logo penso em poesia.E quando ela dança, seu corpo é pura alegria.Em movimento, em espaço e expressão,a bailarina fascina cada segundo, um tempoque transcende o momento, a magia. A força dos corpos no bailado se funde num só.É como se visse uma obra de arte numa única moldura.Há cumplicidade nos olhares, há uma colorida energia.Layla e seu bailado dançam como as aves no céu. Há pessoas que escrevem sua biografia,deixando a marca de sua passagem por…
Cada um de nós deveria ser um pingo d´água e juntos formaríamos uma enchente de pessoas em defesa das águas. Artes de Tonho Oliveira Artes de Tonho Oliveira A água é um bem de domínio público e recurso natural limitado e que as políticas de recursos hídricos têm por objetivo assegurar que a água, recurso natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, seja garantido, conforme dispõe a Lei Federal nº 9.433/1997. Para tanto, é dever da sociedade exigir dos governos que os serviços públicos de saneamento básico sejam prestados cumprindo-se princípios fundamentais, tais como: 1. Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza…
(a Toninho Samahá)Foto: Antonio Samahá Cardoso MachadoRoystonea oleracea é a paixão de Lorena.E para ele, é a primeira coisa que vêquando abre a janela de manhã,e a última quando a madrugada vem… Ela já espera por ele em sua bela pose,linda, esbelta, verdejante.No passado, a primícia da cidade,no presente, a primícia da saudade. Porém as palmeiras imperiais,jamais morrerão, enquanto na almade um lorenense de coração, houver paixão.
in memoriam de Edson (nasceu assim, viveu assim e se foi assim… singular)A geografia é tão pequena,mas para nós agora, está localizada em outra esfera…há uma ponte (estreita demais),que pode aproximar a realidadedesse momento com o seu tempo.Nada é tão longe ou tão pertocomo a realização mais secretados nossos anseios e desejos.No entanto, num lampejo eu vi,como outrora, nossas bicicletas se encontrando de relance, ao pedalarmos ao vento, pelas ruas lorenenses.
São quatro as estações,mas vivemos nas agruras do invernodia a dia, que parece eterno. O povo está só, foi iludido e traído.E o inimigo se esconde atrásda cortina do quarto de Jacó. Uma inegável sensação de vazio no estômago,que na verdade dói na alma,a fome que deveras, sente. Povo inocente, povo enganado,sonhos quebrados, expectativas frustradas,promessas não cumpridas, asas partidas. Sentimento agridoce,é o gosto da desesperançade um povo ingênuo e passivo,pela cultura reprimida de suas raízes. Ah, se houvesse nos planaltos ou mesmo nas planícies,parlamentares destes brasis, realmente homensde caráter ilibado, a ressonância do grito,ecoaria desde o canyon (fenda rochosa sulista),passando pelas pradarias gaúchas, e seria…
O trem atravessa a vida dos lorenenses a noite, a madrugada, ao longo do dia. Quando a cancela desce, ele passa longamente sobre nossos olhos.E a linha do nosso olhar atravessa a distância longa das montanhas. Há sempre um trem na linha das montanhas.Um contorno move os olhos, que acompanham paralisados o trem atravessando a cidade inteira, rotineira.A gente imagina mil paisagens com o sangue pulsando na mesma estação: chegadas, abraços, partidas, sorrisos, lágrimas, despedidas…O amanhecer na estação ferroviária de Lorena é algo que transcende ao sol. É uma transformação no íntimo de cada lorenense que suspira e anseia por…

