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COLUNISTAS / Maria Luiza

140 anos do nosso “Estadão”

26/01/2015

O jornal nasceu em janeiro de 1875 em São Paulo, capital da Província então com 31.000 habitantes, com o nome de “Província de São Paulo”.
Cento e quarenta anos se passaram. O jornal democrata lutou sempre pela democracia e pela liberdade de expressão. “Republicano na monarquia, abolicionista na escravidão, rebelde nas ditaduras, invadido, censurado, ele tem sido, em grandes momentos, testemunha e protagonista”.
Entre os donos estavam no começo Américo de Campos e Francisco Rangel Pestana.
O jornal acompanhou passo a passo, todos os dias, a história do Brasil e nela também fez a sua história.
Nos primórdios, quase parou a edição porque houve problemas com os comerciantes portugueses que colocavam e pagavam os “reclames” de suas vendas. Os portugueses tiraram do jornal seus anúncios. Os donos então foram a Campinas pedir a Júlio de Mesquita, então com 23 anos e filho de abastada família portuguesa, que assumisse o jornal. E o fez, resolveu o problema com competência e vontade e, até hoje, a família Mesquita está à frente do jornal. Quer dizer: o jornal “são” os Mesquitas, os Mesquitas são o jornal.
“Os Sertões”, de Euclides da Cunha, uma das mais importantes obras da literatura brasileira, nasceu nas páginas do Estadão, quando Euclides da Cunha, em nome do jornal, foi “corajosamente” para Canudos, ver e ouvir de perto Antonio Conselheiro e sua gente, que não aceitaram e se opuseram à proclamação da República. 
A Revolução de 32 foi retratada e idealizada nas páginas do Estadão, que mostravam bem o que queriam os paulistas: a Constituição e não a separação, como diziam seus inimigos.
A ditadura militar das décadas de sessenta até oitenta foi mostrada pelo “Estado” na realidade antes de ser censurado, mas continuando a lutar pela democracia.
O Estadão teve no passado e tem agora ótimos articulistas, colaboradores, que nos põem a par da realidade não só aqui entre nós, como no mundo inteiro. Assim como Euclides da Cunha, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Guilherme de Almeida, Plínio Barreto, Nestor Barbosa, Monteiro Lobato e outros importantes escritores brasileiros de ontem e de hoje enriqueceram e enriquecem as páginas do Estadão. 
E são milhares de leitores como eu, por exemplo, que não tomam o seu café da manhã sem segurar na outra mão o Estadão do dia, de domingo a domingo, que nos posiciona sobre o que acontece de bom e de mal no Brasil e no mundo.
As informações aqui contidas foram extraídas da edição especial comemorativa dos 140 anos do jornal “O Estado de São Paulo”.

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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