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COLUNISTAS / Maria Luiza

Lembranças dos verões antigos

11/02/2015

Estamos vivendo um verão raro: pouca chuva, muito quente, temperaturas chegando à porta dos 40 graus. Ainda bem que, de vez em quando, acontecimento também raro, há uma queda boa na temperatura, não sei se trazida pelos ventos do norte ou do sul, que nos alivia bem do calor intenso.
E o calor me faz lembrar de Lorena da década de 40, aproximadamente. Fazia calor (mas não como o de agora) e chovia, lógico, mas também havia noites lindas de lua cheia que ficavam ainda mais belas em nossa praça principal rodeada de palmeiras imperiais. Parecia que a lua morava ali, sobre as palmeiras, balançadas por um vento fino que fazia os raios da lua dançarem. Ou será que era a lua que fazia as folhas verdes e brilhantes das palmeiras dançarem? … Esta beleza fazia com que as pessoas, principalmente os jovens, não sofressem, mas curtissem o calor.
Havia ainda a sorveteria da Dona Tuferra (sírio-libanesa) que fazia deliciosos sorvetes, como também os sorvetes da padaria do Zé Carreira, que todos tomavam e se refrescavam nas noites quentes.
E lembro-me de que em algumas noites, a luz da praça do centro da cidade apagou ou foi mandada apagar pelo prefeito, como disseram, para que o povo pudesse curtir mais a beleza das noites enluaradas de verão sob as palmeiras da praça.
E lembrando os verões antigos, lembro-me de quando o “Nosso Cinema” foi inaugurado e a curtição dos jovens no cinema Rex, já existente, e depois nos dois cinemas. Os namorados curtiam o namoro sob a lua e também nos cinemas, onde, diziam, ficavam de mãos dadas… E este acontecimento chegou aos ouvidos do padre que vinha pregar o retiro espiritual para os alunos da Escola Normal “Patrocínio de São José”, da Dona Zoraide. Se não me engano, o padre chamava-se Evaristo Campista César, de Taubaté, a cuja diocese Lorena ainda pertencia. Pe. Evaristo era um orador sacro muito querido e admirado pelos jovens, mas, mesmo assim, deu-lhes um “sabão” por comportarem-se mal no cinema… Ah! Os tempos eram outros, mesmo; não sei dizer se piores ou melhores, mas eram outros… 

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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