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COLUNISTAS / Maria Luiza

O menino que acordou o ocidente

15/09/2015


Com certeza, o seu nome irá para as páginas da história evocando a tragédia síria ao fugir, como milhares de outros, de seu país em guerra e indo para a Europa em barcos frágeis, sem segurança, ou em porões asfixiantes de navios.
O corpinho do menino de três anos, vestidinho, de bruços na praia deserta, como se estivesse apenas dormindo, mas já afogado, morto, chocou e acordou o humanismo do mundo civilizado.
Alguns países, como a Alemanha da chanceler Angela Merkel, já estavam preocupados com o grave problema dos fugitivos da Síria, como também de outros países do Oriente Médio. O Papa Francisco, no ano passado, visitou a ilha de Lampedusa, no Mediterrâneo, já preocupado e alertando para o grave problema desumano que estava acontecendo.
Foi preciso também que muitos já morressem ali, nas águas próximas e históricas do Mediterrâneo, que fez na história da Civilização, a ligação entre ocidente e oriente. Agora, os países líderes do ocidente, tendo à frente a Alemanha e também a Inglaterra, a França, a Áustria, já acordaram o seu humanismo cristão e estão desmanchando as cercas de arame farpado de suas fronteiras e acolhendo os fugitivos da barbárie da guerra.
A Hungria, porém, ainda é um dos países que estão fechando os olhos para o problema, empurrando para a Áustria os milhares de seres humanos pobres e famintos que chegam às suas portas. Alguns países, como a República Tcheca, não querem receber muçulmanos, certamente por causa do EI. Porém, neste momento não podem estar certos, porque o humanismo cristão e civilizado fala mais alto.
E o Brasil, o nosso país grande e bem dotado de qualidades físicas e materiais, já está fazendo bonito e dando exemplo, acolhendo muitos fugitivos, oferecendo seu chão e seus valores cristãos.
É isto mesmo. Quem é cristão (seja individualmente ou coletivamente, junto com o governo e o povo) não pode fugir a esta prova de amor ao próximo. E, naturalmente, a Deus.
Aylan Kurdi, de 3 aninhos, abandonado e afogado numa praia, está acordando o ocidente, e, quem sabe, também o oriente.

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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