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COLUNISTAS / Maria Luiza

Lorena comemora São Benedito, seu segundo Padroeiro

18/09/2015

É uma festa já mais que sesquicentenária, nascida com os escravos e continuada com os nobres, como vemos no belo templo do Santuário de São Benedito, no seu clássico estilo neo-gótico. O belo, artístico e devoto templo foi mandado construir pelo Conde de Moreira Lima, devoto de São Benedito, participante da Irmandade da qual foi secretário até seu falecimento, em colaboração com o povo de sua cidade.
A festa se realiza, como em todos os anos, em fins de setembro e começo de outubro. E todos nós, com a Irmandade, os festeiros e os salesianos à frente, participamos da novena e da procissão, como também vendo e ouvindo nas ruas, a evocativa Cavalaria de São Benedito que nos traz o tempo passado. O almoço dos pobres no dia da festa é também um momento importante. Centenas de pessoas comparecem.
E tudo nos faz lembrar as pessoas que já partiram e que num passado não muito distante dedicavam à festa de São Benedito toda a sua fé e o seu trabalho para que tudo desse certo: Dona Dalva Castro, Pe. Hugo, prof. Figueira e Dona Zeneide, Dona Zizinha Albano, Seu João Luiz, prof. Carlos Almeida (recentemente falecido) e tantas outras pessoas que tudo faziam e fizeram pela e para a festa do santo padroeiro.
Sim, lembramos os que passaram e nos unimos aos que hoje estão à frente, como os salesianos, os festeiros, a Irmandade, tudo fazendo para homenagear o santo milagreiro, como continuar a comemoração centenária, e principalmente a fé do povo de Deus.
E homenageando o nosso querido São Benedito, uma poesia da primeira Coletânea da Academia de Letras de Lorena (2010): “Um jovem chamado Benedito”.
Um jovem chamado Benedito
Jovem, alegre, duas covinhas lhe sorriam no rosto;
a cor negra luzidia mostrava a origem
nos mercadores da Tunísia.
Cedinho, antes de dizer bom dia ao sol
como Francisco,
Benedito caminhava descalço
pelas ruas de Palermo, lá na Sicília…
Cesta na mão, vendendo verduras, ia ao convento
onde queria ficar.
Mas, pouca idade analfabeto e pobre
ele teve que esperar…
Na mesma rua, 
numa bela e luxuosa carruagem,
passava um jovem rico, filho de fidalgos, que
vendo Benedito desviava dele o olhar…
A Terra girando,
o sol fazendo sempre brilhar a lua,
assim, cinco séculos se passaram…
Alguém ouviu falar no jovem rico
que virava o rosto para o pobre menino Benedito?
Não! Nem o seu nome a história guardou…
Mas, o nome do jovem Benedito,
de pele negra como os mercadores da Tunísia,
pela santidade, caridade e humildade
atravessou países, caminhos, montanhas e mares,
juntou-se aos nomes de Jesus e de Francisco, e,
hoje o mundo inteiro
com admiração e ternura o pronuncia:
São Benedito rogai por nós!

COLUNISTAS / Maria Luiza Reis

Maria Luiza Reis Pereira Baptista é diretora de escola aposentada, membro da Academia de Letras de Lorena, da qual é sócia fundadora. Membro do IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) e autora do livro de poemas “Chuva Doce”. Foi colunista do Jornal Guaypacaré durante mais de dez anos, tendo escrito mais de 400 crônicas.

 


baptista@demar.eel.usp.br

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