Por Gustavo Andrés Diaz
Um guizo. O som leve e rápido me fez virar e procurar o que havia ali. Nada encontrei, nenhum fantasma ou espectro. Somente o ar vazio, lufando ao pé de meus ouvidos.
De novo. O som se estendeu por uma fração de tempo. Voltei a procurá-lo, desta vez o som parecia querer conversar. Foi quando o vulto que minha imaginação insistia em buscar surgiu. Um gato, alvo, de olhos heterocromáticos, me encarava fixamente.
Quis segui-lo, porém, meu corpo não respondia. Congelado. O felino decidiu se aproximar, o rabo abanando, me analisando, sustentando meu olhar. A floresta já começava a tornar-se sombria devido ao pôr do sol e os olhos não eram mais tão convidativos. Então, sem motivo aparente, a criatura pulou sobre mim com força suficiente para me derrubar. Fixou seus olhos nos meus.
– Hey! – Ouvi. – Onde você, se meteu? Encontrou algum fantasma ou quê?
O peso sobre mim desapareceu. Levantei e vi meu amigo aparecer em meio à vegetação.
– Vamos, não é bom ficar por aqui em pleno Dia das Bruxas, ainda mais nesse horário.
Acenei com a cabeça e o segui. Mas quando olhei para atrás, lá estava o ser que eu me perguntava se era real ou não: o gato branco. Pisquei. Sumiu junto com a brisa que voltava a cantar ao pé do ouvido e o som do guizo me despedindo.
Biografia
Gustavo Andrés Diaz é estudante de Física. Sempre buscando os pequenos detalhes ao seu redor e, quando encontra, admira o quão interessante podem ser. Escreve suas histórias aos poucos, esperando uma iluminação criativa para juntar os pedaços. Otimista, segue a vida determinado e procurando sempre uma risada.