Por Thiago Oliveira
O ano novamente se aproxima do encerrar de ciclo e com ele novas perspectivas, novas roupagens, talvez alguma repaginada geral, mas, juntamente a esse conjunto, ficam as indagações do: – “Tudo valeu a pena este ano?”.
Valer a pena. Muitas vezes não compreendemos o peso nem o valor destas três pequenas palavras. Dizia Pessoa que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Talvez o seja deste modo. Cada passo devotado às conquistas alheias, cada sentido repensado e esquecido por falta de coragem ou até por desânimo, tenham valido.
Recontar os passos é o mesmo que percorrer duas vezes por estradas que levam a caminhos idênticos. Pode ser que o caminho percorrido não seja tão relevante. A vida não permite muitos retornos. Talvez nunca tenhamos tido a permissão para tal, mas, quem sabe.
Aqui é tudo para valer. Um sonho conquistado ou um objetivo alcançado é mais valioso que a trilha seguida. Nas famosas e temidas listinhas de promessas, muita coisa ficará para o próximo ou para o próximo ano ou ainda nem ganhará vez desta vez. Nem mesmo para a matemática é simples o ligar de pontos entre A e B, há um infinito existencial de potenciais e possibilidades… que dirá de nós e nossas escolhas.
Agora é chegado o momento de fechar as contas, ou tentar ao menos fechá-la com as sobras que ainda persistem e analisar, sem muita precisão, os positivos e negativos. Tudo em prol de um novo ano, para então cairmos nas armadilhas de novos afazeres, de novas conquistas, de novos caminhos já desejados a trilhar, mas nunca pisados.
O que pulsa na memória no restinho do que ainda se encerra é a frase: “É chegado o momento”. Não há mais retorno. Seria também inútil ou intolerável. Refazer o não feito sairia muito canastrão. É o agora, o neste instante. Peguemos os bloquinhos e passemos a lista dos passos para 2016. Que nela esteja abolir as listas; assim, estaremos vivendo um pouco mais fora dos padrões estatísticos da matemática.
Sobre o autor:
Thiago Oliveira é historiador, bacharelando em Direito pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Campus Lorena, roteirista, pesquisador e escritor, membro fundador da Academia Jovem de Letras de Lorena, ocupante da cadeira nº 13, a qual tem por patrono o médico Antônio Carlos Gama Rodrigues.