Recentemente, fui instado a fazer um relato sobre minha trajetória profissional, traçando perfis. Descobri que não é tão simples falar de si próprio, quando há várias facetas daquilo que se entende por vida profissional. Como separar a atuação política e atividades ambientais daquilo que veio a ser a profissão de docente universitário? Usar da escrita é uma das melhores formas para explicitar o que realmente se pensa. É um momento no qual dialogamos conosco em particular e podemos fazer todo tipo de crítica, sem o risco do julgamento externo. Assim procurarei fazer, neste final de ano, traçando alguns perfis meus, do de pesquisa científica ao de atuação política, passando pelas atividades literárias e ambientais. Estarei, creio, externando essa, digamos, intimidade.
Foi na biblioteca da minha escola técnica que conheci um handbook que sumarizava composição de várias árvores e eu já me detinha à presença de lignina nesses vegetais, que veio a ser uma molécula importante em meus estudos de pós-graduação e na pesquisa científica. Tenho ainda anotações de conversão química do gás carbônico atmosférico em carvão ou mesmo em compostos orgânicos, subvertendo a lógica do balanço energético, mas semelhante ao que se almeja hoje com as fontes renováveis de energia, não fósseis.
Se ali foi a gênese das minhas angústias científicas, não sei ao certo. Mas tentei fazer um trabalho sobre carboidratos, já no terceiro ano, quase às vésperas de adentrar a universidade, inconcluso pela necessidade de dedicar o tempo às provas, relatórios e demais exigências curriculares. A celulose é um desses carboidratos, base para os chamados combustíveis de segunda geração de hoje.
Por fim, o lixo, que sempre me incomodou e ao qual sempre me voltei como fonte de recursos financeiros. Era ciente de que o resíduo deveria ser, antes de tudo, não gerado. Depois, se gerado, deveria ser reutilizado. Somente após exaurir essas possibilidades é que deveria ser reciclado, na forma de matéria e energia que o compõem. Depositar em aterros ou nos temíveis lixões, nunca. A utopia juvenil resultou em uma série de projetos desenvolvidos com essa temática, sendo o do Prêmio Jovem Cientista conquistado quatro anos atrás seu ápice.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
O prêmio Nobel de economia deste ano foi para as atividades mais solidárias, remetendo a iniciativas que tivemos no Brasil pela introdução de políticas de apaziguamento das desigualdades sociais e […]
Foi um fim de semana cultural na essência e na distância. Começou na sexta-feira, dia 14 de setembro, com palestras para alunos do final do Fundamental e do Ensino Médio […]
Ainda fico surpreso quando se descobrem inéditos de escritores do século passado em gavetas mal vasculhadas ou jornais já desconhecidos. A digitalização de material impresso tem permitido tal façanha, ainda […]
O aniversário passou de braços dados com o dia do meio ambiente e foi sucedido por férias, cirurgia, convalescença e início do tempo frio. Situações que, acompanhadas de um bom […]
Adilson Roberto Gonçalves Vejo-me escrevendo longos textos de reflexões sem leitores para a desejada discussão. Palavras ditas não são ouvidas, as escritas preenchem blogs e páginas e lá ficam. Dormentes […]
O ambiente universitário é o mais fértil para discussões disruptivas. Mesmo não possuindo curso de graduação em jornalismo ou comunicação, a Unicamp sediou encontro de divulgação de ciência e cultura […]
O acesso aos acervos de jornais por meio eletrônico trouxe a possibilidade de se fazer descobertas antes inimagináveis na busca individual de cada periódico do passado. Deleito-me quando pesquisadores anunciam […]