• SANTA CASA SECUNDARIO

FOTOS
VÍDEOS
COLUNISTAS / O saber acontece

Perfil de pesquisa

17/12/2015

Recentemente, fui instado a fazer um relato sobre minha trajetória profissional, traçando perfis. Descobri que não é tão simples falar de si próprio, quando há várias facetas daquilo que se entende por vida profissional. Como separar a atuação política e atividades ambientais daquilo que veio a ser a profissão de docente universitário? Usar da escrita é uma das melhores formas para explicitar o que realmente se pensa. É um momento no qual dialogamos conosco em particular e podemos fazer todo tipo de crítica, sem o risco do julgamento externo. Assim procurarei fazer, neste final de ano, traçando alguns perfis meus, do de pesquisa científica ao de atuação política, passando pelas atividades literárias e ambientais. Estarei, creio, externando essa, digamos, intimidade.

Foi na biblioteca da minha escola técnica que conheci um handbook que sumarizava composição de várias árvores e eu já me detinha à presença de lignina nesses vegetais, que veio a ser uma molécula importante em meus estudos de pós-graduação e na pesquisa científica. Tenho ainda anotações de conversão química do gás carbônico atmosférico em carvão ou mesmo em compostos orgânicos, subvertendo a lógica do balanço energético, mas semelhante ao que se almeja hoje com as fontes renováveis de energia, não fósseis.

Se ali foi a gênese das minhas angústias científicas, não sei ao certo. Mas tentei fazer um trabalho sobre carboidratos, já no terceiro ano, quase às vésperas de adentrar a universidade, inconcluso pela necessidade de dedicar o tempo às provas, relatórios e demais exigências curriculares. A celulose é um desses carboidratos, base para os chamados combustíveis de segunda geração de hoje.

Por fim, o lixo, que sempre me incomodou e ao qual sempre me voltei como fonte de recursos financeiros. Era ciente de que o resíduo deveria ser, antes de tudo, não gerado. Depois, se gerado, deveria ser reutilizado. Somente após exaurir essas possibilidades é que deveria ser reciclado, na forma de matéria e energia que o compõem. Depositar em aterros ou nos temíveis lixões, nunca. A utopia juvenil resultou em uma série de projetos desenvolvidos com essa temática, sendo o do Prêmio Jovem Cientista conquistado quatro anos atrás seu ápice.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

MAIS LIDAS