Autor: Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.

O prêmio Nobel de economia deste ano foi para as atividades mais solidárias, remetendo a iniciativas que tivemos no Brasil pela introdução de políticas de apaziguamento das desigualdades sociais e que foram refutadas nas urnas. Sim, nem sempre aquilo que é benéfico pela ciência e pela lógica, é aceito pela população. É uma espécie de Revolta da Vacina do início do século passado às avessas, imperando não apenas a ignorância, mas o conservadorismo. Em detalhes, os norte-americanos William Nordhaus e Paul Romer integraram mudanças climáticas e inovação tecnológica no crescimento econômico, o que leva à sustentabilidade a longo prazo associada…

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Foi um fim de semana cultural na essência e na distância. Começou na sexta-feira, dia 14 de setembro, com palestras para alunos do final do Fundamental e do Ensino Médio na Escola Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, em Guaratinguetá. Meu amigo Alexandre Barbosa, historiador, diretor de O Lince e gestor daquela escola, me convidou para falar com os jovens sobre ciência e literatura. Que deleite! Falei sobre minhas colunas no Guaypacaré, mostrei o livro “Transformações na Terra das Goiabeiras” e compartilhei um pouco dessa minha viagem pela química e pela escrita. Perguntas interessantes e profundas vieram, tais como o que…

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Ainda fico surpreso quando se descobrem inéditos de escritores do século passado em gavetas mal vasculhadas ou jornais já desconhecidos. A digitalização de material impresso tem permitido tal façanha, ainda que cuidados devam ser conduzidos para a correta determinação de autoria. Para a Coletânea da Academia de Letras de Lorena deste ano, lançada na festa de aniversário no último dia 25 de agosto, fiz um breve – e injusto – ensaio sobre os comentários iniciais da obra poética de Péricles Eugênio da Silva Ramos, poeta maior lorenense, cujo centenário de nascimento será comemorado ano que vem. Minha fonte foi exclusivamente…

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O aniversário passou de braços dados com o dia do meio ambiente e foi sucedido por férias, cirurgia, convalescença e início do tempo frio. Situações que, acompanhadas de um bom café, alentariam a profusão de textos e palavras. Só que não, para usar a modernidade do contraponto. Letargia atrai letargia na razão direta da baixa temperatura e na razão inversa do retrato da insistência dos afazeres. Blog e colunas ficaram falhos, quando muito reaproveitando os comentários enviados a jornais ou reciclando ideias para cumprir prazos. Exemplo é a carta enviada para a Revista Pesquisa FAPESP e não publicada, sobre minha…

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Adilson Roberto Gonçalves Vejo-me escrevendo longos textos de reflexões sem leitores para a desejada discussão. Palavras ditas não são ouvidas, as escritas preenchem blogs e páginas e lá ficam. Dormentes no tempo. Continuo porque é a única terapia que faço. Minha interlocução tem sido com os clássicos, mas eles estão mortos e quando falam, são pelas palavras de outros que os interpretaram. Assim tenho ouvido Euclydes da Cunha, Machado de Assis, Lima Barreto e, recentemente, Parsifal Barroso com alguns comentários de Gilberto Freyre. A Biblioteca Nacional, com sua hemeroteca digital disponível para consulta, é farmácia popular para a mente. O…

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O ambiente universitário é o mais fértil para discussões disruptivas. Mesmo não possuindo curso de graduação em jornalismo ou comunicação, a Unicamp sediou encontro de divulgação de ciência e cultura (EDICC), juntamente com um simpósio do grupo de jornalismo Projor. Os palestrantes foram jornalistas e pesquisadores de primeira linha e a plateia foi seleta, não podendo a qualidade do evento ser medida pelas ausências, especialmente dos alunos do cursos das áreas existentes na região. Pude apresentar um sumário do trabalho de divulgação científica que faço por meio de colunas em jornais impressos e blogs, como este aqui. O Guaypacaré foi…

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O acesso aos acervos de jornais por meio eletrônico trouxe a possibilidade de se fazer descobertas antes inimagináveis na busca individual de cada periódico do passado. Deleito-me quando pesquisadores anunciam uns versos perdidos de um poeta ou um texto desconhecido, escrito sob pseudônimo, de um autor já bastante estudado. Assim aconteceu com Euclydes da Cunha e, recentemente, com Lima Barreto. O pesquisador Felipe Rissato descobriu três crônicas de Lima Barreto em um periódico que tratava inusitadamente de teatro e esportes, sendo que o autor de “Triste fim de Policarpo Quaresma” era explicitamente contrário ao futebol. Em troca de mensagens com…

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Março vai por seu termo levando e lavando angústias. Assassinados a vereadora e seu motorista, mortos a esperança e o orgulho, presentes o ódio e a repressão. O juízo de magistrados não é melhor que aquele dos donos do poder em favelas & periferias; o chumbo continua sendo letal ao mesmo tempo em que livros, cadernos e lápis perdem também o significado metafórico. A ignorância impera! Sim, fizemos a reunião inaugural da Academia de Letras de Lorena. Inspiradora, na qual educadores mostraram a indissociabilidade do conhecimento e as possibilidades na interlocução da literatura com a linguística. Mágica, na qual até…

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