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Lorena – Relatos urbanos – Corridas de cavalo em Lorena

18/12/2015

Como a pesquisa em jornais do passado lorenense em arquivos municipais há tempos atrás tornou-se complicada para mim, dadas as dificuldades encontradas, fui me valendo de documentação particular para relatar aspectos do nosso passado urbano. Assim, nuns papéis que tenho sobre o Engenho lorenense, encontrei curiosas referências à existência de um bem organizado hipódromo entre nós no século XIX, o qual parece ter funcionado até os primeiros tempos do século XX.

Eu não sei onde se localizava esse prado de corridas lorenense, nem quem nele comparecia para assistir aos seus páreos.  Como não sei quem eram os seus jóqueis, o nome dos cavalos, o tipo de apostas que eram feitas ali.

Mas o jornal lorenense “O município”, de 1897, relata o programa de uma festa dada pelo “Hipódromo Lorenense”, em homenagem aos diretores do “Hipódromo de Taubaté”, na qual se organizaram corridas em homenagem a esses últimos.

Outro jornal da época, o “Diário de Taubaté”, no dia 16 de julho de 1897, destaca notícia sobre essa festa esportiva a realizar-se no dia 18 do corrente, lembrando que em Lorena existia um prado de corridas de aspecto deslumbrante, onde se organizavam diversos páreos com animais de muita força na raia. Na oportunidade, conta o jornal, seguiram no trem da tarde de 14 de julho os valentes cavalos “Pavilhão” e “Rigoleto”, de propriedade dos ilustres cidadãos taubateanos João Rosa de Moura e tenente-coronel José Bento Marcondes Lobato, para correrem na cidade. Um parênteses: esse tenente-coronel, cuja patente devia ser da Guarda Nacional, era o fazendeiro José Bento, pai de Monteiro Lobato. Será que ele não trouxe a Lorena o nosso escritor, então um adolescente de 15 anos de idade, para assistir à corrida?

Pergunto novamente: como seriam essas corridas? Nelas também compareciam as damas lorenenses? Se assim fosse, como vinham vestidas? E os apostadores, seriam pessoas já acostumadas a tentar a sorte ali ou tudo teria um caráter de amadorismo?  De onde vinham os demais cavalos que concorriam nos páreos lorenenses?

Quantas questões sobre um esporte tão inusitado praticado em terras lorenenses, tão entusiasticamente relatado pelos seus contemporâneos!

E cabe aqui uma pergunta final: até quando durou e por que se acabou em Lorena tal modalidade esportiva?

Se obtiver futuramente maiores dados sobre esse assunto, voltarei a discorrer sobre ele. Tenho dito.

                    

COLUNISTAS / Olavo Rubens

Olavo Rubens Leonel Ferreira é formado em Direito, Ciências Sociais e Pegagogia. É mestre em Educação. Lecionou na Universidade de Taubaté, na Faculdade de Direito de Lorena, nas Faculdades Integradas de Cruzeiro, nas Faculdades Teresa D´Ávila de Lorena e no Anglo Vestibulares. Escreve muito; tem uma meia dúzia de livros publicados e a maior parte do que produziu ainda é inédita. Durante alguns anos publicou crônicas sobre Lorena no saudoso Guaypacaré, dos seus amigos João Bosco e Carolina. Mora em São Paulo.


olavo.rubens@hotmail.com

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