Esse menino que você vê aí entrando no Grupo Escolar Gabriel Prestes, em Lorena, chama-se Flávio Barreto. Ele nasceu no dia 11 de novembro de 1926 e tem, neste ano de 1934, apenas oito anos de idade.
O diretor da escola onde o Flávio estuda, localizada na Praça da Matriz, é um homem muito sério e competente, chamado professor Luiz de Castro Pinto.
São seus professores a dona Adelina Ferraz, dona Maria Novais, dona Helena Filizola e a mulher do coronel Barbamoura, de cujo nome ele não se recorda.
Ah, esquecemos de citar um excelente professor que ele admira muito: o professor de Aritmética do Grupo Escolar, o seu Sinhô Marques. Vejam, ali está ele, dando aula para a classe do Flávio. Observem o costume que o seu Sinhô tem de mexer com os dedos da mão direita, tamborilando-os em cima do polegar.
– Vamos ver, meus alunos! Hoje é dia de cálculo rápido – ele diz para os colegas do Flávio.
Em seguida, esse professor faz uma das perguntas características daquele momento de sua aula:
– Cinco vezes sete, mais um, dividido por dois, noves fora?
– Zero! – Responde um aluno mais esperto.
O professor Sinhô parece satisfeito com a sala, pois todos eles são bons em cálculo rápido.
Uma curiosidade sobre esse emérito mestre, contada pelo Flávio Barreto: ele é um Hepacareano roxo. Nos dias de atuação do seu time, lá está ele a caminho do campo de futebol, trazendo consigo umas balas deliciosas para chupar durante o jogo. Segundo o Flávio, para evitar o assédio dos inevitáveis “pidões”, ele tem o costume de desembrulhá-las sorrateiramente dentro dos bolsos…







