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Um professor chamado Sinhô Marques

23/12/2015

Esse menino que você vê aí entrando no Grupo Escolar Gabriel Prestes, em Lorena, chama-se Flávio Barreto. Ele nasceu no dia 11 de novembro de 1926 e tem, neste ano de 1934, apenas oito anos de idade.

O diretor da escola onde o Flávio estuda, localizada na Praça da Matriz, é um homem muito sério e competente, chamado professor Luiz de Castro Pinto.

São seus professores a dona Adelina Ferraz, dona Maria Novais, dona Helena Filizola e a mulher do coronel Barbamoura, de cujo nome ele não se recorda.

Ah, esquecemos de citar um excelente professor que ele admira muito: o professor de Aritmética do Grupo Escolar, o seu Sinhô Marques. Vejam, ali está ele, dando aula para a classe do Flávio. Observem o costume que o seu Sinhô tem de mexer com os dedos da mão direita, tamborilando-os em cima do polegar.

– Vamos ver, meus alunos! Hoje é dia de cálculo rápido – ele diz para os colegas do Flávio.

Em seguida, esse professor faz uma das perguntas características daquele momento de sua aula:

– Cinco vezes sete, mais um, dividido por dois, noves fora?

– Zero! – Responde um aluno mais esperto.

O professor Sinhô parece satisfeito com a sala, pois todos eles são bons em cálculo rápido.

Uma curiosidade sobre esse emérito mestre, contada pelo Flávio Barreto: ele é um Hepacareano roxo. Nos dias de atuação do seu time, lá está ele a caminho do campo de futebol, trazendo consigo umas balas deliciosas para chupar durante o jogo. Segundo o Flávio, para evitar o assédio dos inevitáveis “pidões”, ele tem o costume de desembrulhá-las sorrateiramente dentro dos bolsos…

COLUNISTAS / Olavo Rubens

Olavo Rubens Leonel Ferreira é formado em Direito, Ciências Sociais e Pegagogia. É mestre em Educação. Lecionou na Universidade de Taubaté, na Faculdade de Direito de Lorena, nas Faculdades Integradas de Cruzeiro, nas Faculdades Teresa D´Ávila de Lorena e no Anglo Vestibulares. Escreve muito; tem uma meia dúzia de livros publicados e a maior parte do que produziu ainda é inédita. Durante alguns anos publicou crônicas sobre Lorena no saudoso Guaypacaré, dos seus amigos João Bosco e Carolina. Mora em São Paulo.


olavo.rubens@hotmail.com

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