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COLUNISTAS / O saber acontece

No balanço das ondas gravitacionais

18/02/2016

E Einstein estava certo, mais uma vez. Mesmo demorando um século para que sua teoria sobre as ondas gravitacionais fosse comprovada, a genialidade do físico alemão fica mais evidente. O fato de ele ter feito seus postulados quando nem computadores existiam é um estímulo e um desafio para os pesquisadores de hoje, com recursos muito maiores e acessíveis.

Alguns sites de notícias passaram a divulgar a notícia com algumas impropriedades, como afirmar que foi por essa teoria que ele ganhou o prêmio Nobel e, na verdade, foi pelo estudo do efeito fotoelétrico.

Algumas tentativas de comprovação das ondas gravitacionais não tiveram sucesso e esse é um aspecto da ciência que precisa ser enaltecido: o de estar mais próximo possível da certeza antes de divulgar e relatar a descoberta, invenção ou comprovação. É bem diferente de atitudes midiáticas que permeiam questões políticas e econômicas, sempre com o objetivo do sucesso imediato ou da construção de celebridades efêmeras. A ciência por vezes cai nessa tentação e promove estardalhaço onde não deveria.

Nosso país teve participação nessa comprovação, principalmente com pesquisadores do INPE de São José dos Campos. Da mesma forma, o Brasil foi um ator importante quando da avaliação da Teoria da Relatividade Geral, do mesmo Einstein, ao trazer para o Sobral, no Ceará, especialistas para analisar um eclipse solar total em maio de 1919.

Um aluno meu perguntou qual a origem da gravidade e eu disse que era uma excelente pergunta para os físicos responderem. No dia seguinte, sai a notícia sobre a comprovação das ondas gravitacionais e ele, meu aluno, deve ter ficado intrigado pela coincidência. A teoria da interação entre corpos – o magnetismo é uma outra forma de interação – passa pela postulação da existência de partículas chamadas grávitons, cuja existência nunca foi comprovada, mas que se encaixa nos modelos de física quântica. Outro assunto para meus colegas físicos.

COLUNISTAS / Adilson Gonçalves

Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.


priadi@uol.com.br

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