Envolver os pais no acompanhamento escolar de qualquer estudante é fundamental, embora não seja um comportamento unânime entre as famílias. Em se tratando de crianças com deficiência, essa participação se torna crucial para o sucesso escolar desses estudantes, minimizando o impacto da exclusão e das incapacidades geradas, principalmente pela falta de estrutura do sistema.
Deveria ser uma parceria que trouxesse para dentro da escola as experiências conseguidas no núcleo familiar. Este, por sua vez, precisa incorporar resoluções mais assertivas, aprimoradas no convívio com o outro, na coletividade desde o acolhimento até os avanços acadêmicos dos alunos.
Há rotinas interessantes, conseguidas graças à estimulação precoce. Em contraste, há uma isenção de responsabilidades, atribuindo ao outro as tarefas que resultam no desenvolvimento, no progresso ou justificam o fracasso de quem aprende fazendo uso de outros canais sensoriais. Nem só escola, nem só família; o ensino conduzido pela vivência compartilhada faz muito mais sentido, vai muito além do que a criança pode alcançar apenas dentro de quatro paredes de uma sala de aula.
A apropriação do conhecimento específico sobre deficiências, através da formação continuada dos professores, é um assunto que tem sido debatido com reflexos positivos para a educação inclusiva. Embora ainda haja resistência, mais cedo ou mais tarde é inevitável que essa realidade venha à tona na rotina dos educadores.
Um aluno que aprende a ler e escrever em Braille, não pode limitar-se ao espaço escolar para essa prática. Suas produções precisam também pertencer ao núcleo familiar. Os pais ou responsáveis, irmãos, familiares, amigos do seu círculo de convivência devem estabelecer essa comunicação, senão o papel social da leitura e da escrita fica descaracterizado. Uma comunicação verdadeiramente inclusiva atinge a todos na mesma proporção em que traz autonomia à pessoa com deficiência.
O aprendizado da leitura e da escrita em Braille, por exemplo, é possível e muito simples para quem enxerga. Além disso, eleva a autoestima das pessoas com deficiência ao encorajá-las, corrigi-las e também copiá-las como referências em seus feitos.
O mesmo ocorre com as tecnologias de informática, como leitores de tela, por exemplo. Compreender o funcionamento desses softwares facilita bastante caso o usuário com deficiência precise de auxílio. Inclusive, favorece o intercâmbio de informações e a participação dessas pessoas em atividades comuns a qualquer público, já que o leitor de tela é uma adaptação que não altera a característica dos equipamentos, nem do sistema operacional.
Contudo, fica um alerta aos pais de alunos com deficiência: participar da vida escolar dos seus filhos faz muita diferença para o sucesso acadêmico deles. E para as escolas, incentivar a família traz resultados muito produtivos, inclusive no que se refere a sugestões criativas para adaptações de materiais. Promover cursos, vivências e estudos em grupo podem ser a saída para agregar conhecimento técnico às experiências de sucesso já praticadas em casa.