Por Thiago J. S. Oliveira
Atualmente, navegamos por mares em pouca calmaria. Já em pós Oscar e assim como em tal evento, muitas surpresas nos são tomados a experiência.
Antes mesmo de quebrarem os paradigmas da premiação, muito se colocou à mesa sobre o temido tema da raça. Sou melhor por ser branco, não atinjo meus objetivos por ser negro, não sou bom por ser pobre e assim tantos outros adjetivos de consequências externam, fazendo a “mea” culpa do pouco esforço.
É triste ver o depósito de muitos no abismo do irracional ao decretar problemas sociais em eventos de tamanha proporcionalidade; não digo somente o Oscar, que comemorou seus 88 anos de existência, mas todos os eventos ou espaços devotados à divulgação do pensar.
O gênero parece mesmo que caiu no gosto dos pseudointelectuais de sofá, revolucionários das redes. A nova do momento é a discussão, pertinente, a respeito do feminismo; e como se não bastasse, até neste polêmico assunto impuseram as incertezas da raça.
Compreendo a relevância e a urgência em se debater, alcançando plausíveis soluções, mas será mesmo que necessitamos dessa subdivisão? Não bastasse a resolução complexa e a gigantesca dívida historiográfica para com os atrasos ao feminino em seu amplo contexto, agora também impuseram a cor como pretexto de luta.
Feminismo branco ou feminismo negro. Confesso ter em minha razão uma difícil, quase impossível dialética do qual se pesa mais, qual perfil detém da mais pura relevância.
São idiotices em cima de idiotices. Parece mesmo uma briga social para se ver ao fim dos quais são mais ignorantes ou menos lerdos aos olhos alheios. Até quando se divagará por tais linhas, sendo que nem mesmo se compreendem as razões pias do lutar por um espaço igualitário.
Enquanto não compreendermos sermos nós, humanos, não seremos capazes de solucionar as minúcias deixadas por nossa história. Talvez, novas ramificações nasçam numa tentativa besta em sublocar humanos em “rols” classificatórios.
Sobre o autor:
Thiago José de Souza Oliveira é bacharel em Direito, historiador, escritor e roteirista. Membro fundador da Academia Jovem de Letras de Lorena, ocupante da cadeira nº 13, a qual detém por patrono o médico Antonio Carlos Gama Rodrigues.