Não conhecemos a fundo ninguém. Aliás, não conhecemos a fundo nem a nós mesmos.
A todo o tempo, no convívio com as pessoas, se descobre algum traço de personalidade antes oculto, algum comportamento novo e que nos surpreende, negativa ou positivamente.
Diante disso, temos a oportunidade de filtrar, selecionar e optar por partir ou ficar.
Muitas vezes, partimos dos amigos que não demonstram ter o mesmo perfil da gente. Muitas vezes, partimos de nossos companheiros por perceber que não são o que gostaríamos que fossem ou idealizamos. Muitas vezes, partimos de nossa profissão por estar sendo improdutiva. E muitas vezes partimos de nós mesmos; afinal, creio que estamos sempre nos modificando por conta de fatores externos, por conta do ambiente em que estamos vivendo e até por conta das pessoas que estão ao nosso redor.
As circunstâncias da vida nos modificam. Ora somos obrigados a ficarmos mais enrijecidos, ora mais flexíveis, e a gente acaba percebendo que não tem o controle de nada que irá nos acontecer, que irá nos moldar, e acabamos nos surpreendendo mesmo a todo o tempo. Não temos controle sobre ninguém e às vezes nem sobre nós mesmos, e se aprende que na vida, não há previsão, não há precisão. Porque no final das contas, não somos matemática, onde os resultados se fecham milimetricamente e perfeitamente, mas sim somos humanos, onde 2 e 2 nunca serão 4, onde a lógica nunca será lógica e se chega à conclusão de que as pessoas nos surpreendem a todo o tempo e nós também acabamos nos surpreendendo a todo o tempo, pois somos emoção, vísceras, sentimentos, latência e mudanças.
Um ambiente mutável não nos faz estáticos. Mudar é preciso, sempre! Portanto, pense, sinta, vivencie, avalie, pese, observe, analise e mude. E se possível, mude para melhor, não necessariamente melhor para os outros, mas melhor para si mesmo.







