Tenho lido bastante coisa sobre uma certa escola sem partido, proposta feita por um grupo de deseducadores nacionais.
Fiquei pensando muito compenetradamente sobre o tema e achei por bem dar minha versão sobre o grupo que propõe tão descarado projeto.
A escola sem partido já existiu no Brasil. Ela começou em 1964 quando por aqui foi engendrado um golpe militar. Nessa ocasião, os direitos dos cidadãos foram cassados pela ideia de que era preciso construir uma pátria voltada para os princípios da moral e do civismo. Todos os brasileiros deveriam aprender a honrar sua pátria e sua família. Professores não podiam falar de revoluções com o risco de serem considerados inimigos da verdade que nasce com os princípios morais. Todos deveriam pensar do mesmo jeito e ponto final.
Eu, filho da floresta, fui vítima dessa ideologia que não se queria ideologia porque defendia uma pátria sem ideologia. Levado para a escola me impuseram uma língua única; o aprendizado de disciplinas universais; a necessidade de falar uma língua estrangeira; bater continência à bandeira sem me explicar o que isso significava; uma profissão que me dignificava como cidadão. Eu fazia parte de uma “nação que vai pra frente, um povo unido de grande valor”.
E o mais interessante: eu era feliz por causa disso. Por isso eu marchava no dia 7 de setembro; cantava o hino nacional com orgulho; dedicava-me ao exercício de ser “um brasileiro autêntico”.
(continuar a leitura em www.danielmunduruku.blogspot.com.br)
Daniel Munduruku é graduado em filosofia e doutor em Educação pela USP(Universidade de São Paulo).
Autor de premiados livros para crianças e jovens, reconhecido nacional e internacionalmente, comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República. Reside em Lorena desde 1987; é casado com a professora Tania Mara, com quem tem três filhos.
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