Certa vez em discussão no Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena, um representante empresarial estava incomodado com a demora na tomada de decisões. Argumentava que era engenheiro de produção e produzir era o que interessava, não discutir. Queria pôr logo a mão na massa, mesmo porque o assunto em tela caminhava para impasses e dúvidas de execução. Entendi a angústia do empresário, porém contra-argumentei que não bastava o fazer e sim o refletir e lembrei-o que a maior produção da indústria química no momento é o lixo. Fazemos muitas embalagens para simplificar nossa vida que vão parar no lixo ou nas ruas e cursos d’água. Ele se calou e creio que deixei de fazer ali uma amizade.
Nossa capacidade de se indignar com a ignorância ou inoperância alheia leva, no extremo, aos preconceitos. No momento atual, quando os atos de políticos nos fazem descrer na política, é mais simples o caminho para a exclusão, para a remoção da sociedade de tudo aquilo que a prejudica, desde, é claro, que não sejamos nós mesmos os alvos da exclusão.
Muitos políticos em nosso país e alhures ganharam eleições recentes com o falacioso discurso de não serem políticos, quando na verdade estão fazendo uma política das mais excludentes, enaltecendo a ação, sem discussão. Clamam que isso leva à eficiência, mas não revelam soluções para os que ficam de fora da fórmula apresentada. Fosse uma empresa, dizem eles, a gestão imporia a todos o cumprimento de tarefas. E os que não cumprem, seriam demitidos de seu país, como o seriam de uma empresa? Fórmula simples, mas no limite da ignorância ou da falta de vivência de quem a profere. E isso vale tanto para um país líder mundial quanto para as decisões locais de nosso meio-ambiente.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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