No mundo pós-verdade vale mais a versão bem contada, espalhada e clicada no Facebook, do que o fato em si. Como testemunhas oculares, a vivência de um acontecimento já nos causa confusão e o que registramos e guardamos não é necessariamente o que ocorreu.
Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S. Paulo, discute com frequência essa questão neurológica, mostrando que somos traídos por nossa mente muito mais do que imaginamos, admitimos ou queremos. Por isso, estudos com fatos científicos e históricos necessitam de constante revisitação, comprovação, reanálise para se elaborar um quadro o mais próximo permitido da realidade. Os céticos do clima, por exemplo, não admitem o aquecimento global porque não o sentem na própria pele, mesmo com todas as evidências do que estamos fazendo com o meio-ambiente. Incluí-se nesse grupo o controverso presidente norte-americano.
Continuo recebendo e-mails e postagens sobre curas milagrosas do câncer, crianças desaparecidas que precisam de ajuda, teorias de conspiração política e um longo etc. que são evidentemente fraudulentos ou, ao menos, requerem uma visitação aos sites de denúncias de boatos, como o e-farsas.com, para avaliar o quanto retêm de veracidade. Mas poucos o fazem e é mais fácil replicar um texto do que buscar a verdade, a tal palavra mistério do título destas minhas reflexões.
O Greenpeace fez protesto na Casa Branca contra os desvarios governamentais que estão retirando apoio das fontes renováveis de energia e de insumos para favorecer indústrias mais poluidoras, como as do carvão. A entidade ambientalista pede aos cientistas que estejam atentos para dar subsídios racionais nesse período de trevas em que adentramos. Tarefa difícil, haja vista que mesmo dentre gente estudada e especializada, impera sempre algum nível de ignorância. Atentos estamos, usando os espaços cada vez menores para denunciar e trabalhando para que um dia esse mundo de versões passe a ser apenas um objeto de estudo histórico do que aconteceu em época remota.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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