Tudo o que um cientista reflete é ciência? Não, inicialmente é conhecimento, um saber próprio, limitado a seus interesses, dúvidas, percepções e angústias. Para ser ciência, esse conhecimento próprio gerado precisa passar pelo crivo da análise, confirmação, replicação, ou seja, por um conjunto de ações que se conhece por método científico. Mas o conhecimento inicial, a ideia, a curiosidade é, sem dúvida, o que move o cientista.
Posso olhar um aterro sanitário que recebe resíduos urbanos em profusão e me questionar se aquele material todo não poderia ser reutilizado de forma sustentável. São especulações, reflexões que partem de uma angústia interna, mas são moldadas pelo meu conhecimento prévio. Porém, a lógica inicial pode não se confirmar, quando se avaliam os custos envolvidos, a logística de transporte e processamento, que podem levar a um balanço energético, econômico e mesmo ambiental desfavorável, sendo mais pertinente deixar o resíduo enterrado. Ou não: à luz de novos conhecimentos, novas tecnologias, pode ser que haja um caminho interessante, alternativo ou que conjugue o transporte do resíduo já feito não para aquele aterro e, sim, para outro local em que possa ser transformado em outros produtos.
Para testar a hipótese inovativa, investimento em ciência e tecnologia deve ser feito. No país em que o empresário pouco ousa e quase nada arrisca, caberá aos órgãos públicos essa tarefa. Ou deixar a dica para que colegas em outros países com respeito maior à inovação tomem a iniciativa e o façam, para depois nos vender a tecnologia e os produtos dela originados.
Pesquisador científico, formado em Química pela Unicamp. Foi professor na EEL-USP, em Lorena, por 20 anos, e atua na pesquisa de biocombustíveis e conversão de biomassa vegetal. Presidiu o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena por dois mandatos e é membro fundador da Academia de Letras de Lorena, tendo sido seu presidente por quatro anos.
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