O leitor vai se lembrar da coluna que escrevi sobre os abutres da politicagem, há algum tempo. Comentei que a figura de abutre se assemelhava à do urubu e se alimentava de restos.
Na política, há figuras necrófagas inclinadas à abutragem. No jornalismo também.
A formação jornalística ensina o princípio do ineditismo. Jornalismo deve falar daquilo que não se sabe. Também na faculdade, assumimos o compromisso da verdade e da formação de opinião.
Importante salientar que o senso crítico presente na pedagogia do bom jornalismo é construído pela isenção. E só é isento quem ouve todos os lados.
Pseudo-jornalistas devem ser banidos da profissão por se acharem repórteres sem, sequer, terem feito faculdade na área.
Infelizmente, há um consenso de que qualquer transeunte pode exercer a profissão. É um perigo. Afinal, jornalista é jornalista. Abutre é abutre. E quem é abutre não é jornalista.
Consumam informação com a mesma responsabilidade de quem informa de maneira responsável.
O risco da desinformação é grande quando a fonte não é confiável. Cuidado. Em tempos de Internet, confundem-se bons e maus, mocinhos e vilões, jornalistas e abutres.
Perguntem sempre se quem escreve ouviu todos os lados envolvidos. Senão, desconfiem. Porque a busca por informação de credibilidade deve acompanhar todos os leitores. Principalmente em tempos de eleição.
É isso.