Por José Aurélio Pereira
O cancioneiro popular conta que o rio treme de medo antes de chegar no oceano. Então, olha para trás e observa a longa jornada: os cumes, as montanhas, o caminho longo e sinuoso que enfrentou por florestas e entre povoados.
À frente, entretanto, o rio enxerga um largo e temível oceano, tão vasto que o fará desaparecer para sempre. Todavia, não há outra maneira: o rio não pode voltar. E assim, ele prossegue.
Voltar é impossível na nossa existência. Só podemos seguir em frente. Como o rio, também nos arriscamos. E o medo só desaparece quando entramos no oceano.
Então o rio percebe que não é uma questão de desaparecer, mas de transformar-se. O rio não desapareceu; tornou-se oceano. Se por um lado é desaparecimento, por outro é renascimento.
Tudo depende do ponto de vista: como um copo com conteúdo pela metade. Pessimistas dirão que está quase vazio; otimistas, que está quase cheio.
Você não pode voltar, mas tem que seguir. Arrisque-se sem pânico – CORAGEM! O medo é receio, mas o pânico é incapacidade de agir, é travamento. AVANTE! Porque não é uma questão de desaparecimento, mas de reinvenção. Torne-se OCEANO.
É isso.