A vida nada mais é que uma sucessão de oxi-reduções, como declaro ad nauseum em casa. O conhecimento do mundo de forma racional é o que nos faz suportar melhor a limitação da materialidade de nossa existência. E também as perdas, desilusões e frustrações.
Não deixaria passar em branco neste espaço o mês de junho, dedicado às fogueiras e comemorações da passagem de mais um solstício. Herdamos a dança ao fogo dos países nórdicos e introduzimos o toque caipira nas vestimentas e na comida. Coroamos a festividade com o sincretismo religioso, trazendo santos – muitos deles também de origem europeia – para o convívio das festas, buscando muito mais o aspecto cultural do que o mítico.
Porém, muitos questionam essa mescla de interesses e de vivências e, literalmente, dança-se miudinho para agradar às estapafúrdias crenças de todos. Estamos perdendo espaços culturais, isso sim. Em festas juninas estão comuns músicas alheias à época e a ausência da alimentação típica. Até comida asiática vi em uma barraquinha de quermesse!
O mês do aniversário, do dia do profissional da química, da perda do pai, da lembrança de Saramago, da finalização do livro e do meio ambiente vai se findando. Marco do meio do ano, também. Um ano que insiste em ser uma extensão tardia e nociva do ano anterior e que, pelo jeito, vai longe para terminar.