Dois meses de profícuos feriados, que resultam em reflexões. Porém, não permitiram a atualização deste importante espaço em O Lorenense. Que o primeiro resultado da discussão sobre o uso da oportunidade seja a própria pertinência da oportunidade. Sim, continuaremos dando vazão para que o saber aconteça, estabelecendo uma periodicidade quinzenal.
A bioeconomia está se tornando o conceito da sustentabilidade. Em evento na Fapesp no início de novembro, brasileiros e alemães discutiram a melhoria da qualidade do solo, rotações e combinações de culturas para se ter biomassa disponível o ano todo e os aspectos modernos da biorrefinaria. Milho está nesse conjunto, mas lembro que nos EUA esse cereal passou a integrar a produção de biocombustíveis por pressão dos agricultores que tiveram superprodução com baixa comercialização.
A biodiversidade deve ser considerada em todos os seus aspectos, e o uso da terra deve ser integral. Nessas combinações de cultivos, a braquiária (mato) e o eucalipto foram avaliados em regimes de plantio conjunto, bem como a influência dos insetos na polinização e aumento de produtividade de biomassa. O plantio conjunto ainda não foi testado com cana-de-açúcar.
Em bioeconomia e alimentos, um dos exemplos trazidos foi o do melhoramento do tomate, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais e a Alemanha, um dos maiores consumidores. Cultivares resistentes a ambientes salinos foram os discutidos pelos grupos de pesquisa dos dois países.
Nas discussões específicas de alguns materiais e metodologias, chamou a atenção o uso de pirólise para a conversão de biomassa. Na continuação desse evento, um workshop mais específico deverá ocorrer no início de 2018 para aproximar os grupos de pesquisa e submeter projetos em bioeconomia, a mola propulsora verde da nova sociedade que almejamos.