Fórum foi o primeiro na região e Sul Fluminense a debater o assunto e foi um sucesso de público
Advogados, pedagogos, psicólogos, profissionais, professores e alunos da área da saúde, mães e pais atípicos se reuniram no auditório do Centro Unisal, em Lorena, para o 1º Fórum Municipal “Nanismo, Educação e Inclusão para Todas as Deficiências.” O evento foi realizado, na quarta-feira (22), e reuniu cerca de 200 pessoas e também pôde ser acompanhado, ao vivo, em transmissão no YuTube, pelo canal da Annabra.
O fórum foi uma parceria entre a Annabra (Associação Nanismo Brasil) e o Centro Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). É o primeiro evento sobre o assunto realizado na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba) e do Sul Fluminense.
“O evento foi um sucesso tanto pelos profissionais presentes, que puderam abordar assuntos sobre os direitos das pessoas com deficiência, educação inclusiva, a maternidade atípica e o tratamento multidisciplinar para as crianças, quanto de público, que reuniu pais e mães atípicos e estudantes da área da saúde. E nós já estamos programando um segundo fórum para 2026 com o Centro Unisal”, informou a Doutora Flávia Gabriela Rosa, diretora da Associação Nanismo Brasil (ANNABRA), professora universitária, jornalista e mãe atípica.
O professor Mateus Gomes, coordenador de extensão e professor dos cursos de Educação Física, Psicologia e Engenharia Mecânica do Centro Unisal, deu as boas-vindas aos presentes e falou sobre a importância de um centro acadêmico sediar um fórum para debater os direitos e necessidades das pessoas com deficiência. ““É por isso que o Unisal abre suas portas para acolher comunidade, alunos, médicos e especialistas para tratar de um tema tão relevante. É preciso lançar olhares mais práticos para a atuação e responsabilidade de todos”.
A Doutora Grasiele Nascimento – Pós-Doutora em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra, Doutora e Mestre em Direito pela PUC-SP, Pró-Reitora de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação do Unisal abordou o tema “O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Inclusão”.
A pedagoga Wanessa Andréa, educadora social, consteladora familiar e coaching de pessoas falou sobre a Lei Municipal “Tiago Henrique Rosa de Freitas – Titi”, projeto de sua autoria, aprovado e sancionado em dezembro de 2024. ““Conheci a Flávia Gabriela através do Titi e das campanhas que fazia em prol do seu tratamento, foi quando decidi que uma mãe atípica e ou uma criança atípica não pode ficar na invisibilidade e que determinadas deficiências como o nanismo além de ser invisível quando vista é ridicularizada. Isso eu ouvi da própria Flávia numa Câmara Temática, que realizei enquanto vereadora, sobre Maternidade Atípica. Eu trabalhei muito no meu mandato em prol dos direitos das mulheres, de crianças, adolescentes e jovens e me sinto honrada por ter encerrado com a Lei Nº4241/2024 e no seu primeiro artigo denominá-la com o nome do Titi. O Fórum é a mais linda concretude da Lei, tenho certeza que será lindo e produtivo, pois tem muita responsabilidade, alteridade e afeto na sua condução”.
A Dra. Darlene Ultramari, delegada de polícia aposentada do Estado de São Paulo e advogada atuante em Direito da Saúde, falou sobre o Direito da Pessoa com Deficiência e a mãe atípica.
Também foram realizadas três mesas temáticas sobre os temas: Saúde da Pessoa com Deficiência, Educação e Inclusão e Maternidade Atípica, as dores silenciosas e o luto materno.
Na mesa temática sobre Saúde, o moderador foi Professor Dr. Marcelo Guimarães, coordenador e docente do curso de Educação Física do Unisal. Participaram o Dr. Décio Amaral Nogueira, pediatra com mais de 20 anos de experiência dedicados ao cuidado integral da infância; Professor Mestre Rafael José Espíndola, docente do Unisal, que atua nas áreas de atividade física, reabilitação e inclusão; Bruno Boari Carvalho, fisioterapeuta e equoterapeuta, especializado em reabilitação de pessoas com deficiência por meio da equoterapia.
A mesa temática sobre Educação e Inclusão teve como mediador o Professor Mestre Lúcio Tunice, advogado, educador e pesquisador com atuação voltada à promoção dos direitos humanos, da cidadania e da inclusão social, com atenção especial às mães atípicas e pessoas com deficiência. Também participaram: Professora Mestre Márcia Rubez, psicóloga com longa trajetória dedicada ao cuidado humano e à formação de novos profissionais da psicologia; Gabriela Meireles, pedagoga e psicopedagoga, com especialização em Educação Inclusiva; Laryssa Francine da Silva Ferreira, coordenadora pedagógica do Colégio Leãozinho, graduada em Pedagogia, com atuação voltada ao desenvolvimento infantil e à construção de ambientes escolares acolhedores e inclusivos; Maria Laura Cabral Plácido, também graduada em Pedagogia, atua como professora e coordenadora no Colégio Infantil Leãozinho.
E, na mesa redonda sobre as mães atípicas, a moderadora foi a Doutora Flávia Gabriela Rosa, diretora da Annabra, professora universitária, jornalista e mãe atípica. Sua principal inspiração é o filho Titi, de 4 anos e meio, que possui nanismo e a motiva diariamente a transformar dor em propósito, promovendo acolhimento, conscientização e empatia na luta por uma sociedade mais inclusiva e humana.
Dessa mesa também participaram Grazielly Cristina dos Santos, técnica de enfermagem e fundadora do Instituto Universo do Autismo, tornando-se um símbolo de luta e representatividade na causa do autismo na região. É mãe de João Pedro dos Santos Egydio Lopes, de 18 anos, autista, com TDAH, TPS e TAG, que se forma em Administração pela ETEC de Lorena neste ano. Camila Zago, nutricionista e mãe de duas meninas, Lívia e Helena, que nasceu em 2019 com Síndrome de Edwards (Trissomia do Cromossomo 18). Após a partida de Helena, em dezembro de 2024, Camila segue transformando sua dor em propósito. E André Guimarães, engenheiro de produção e pai da Larissa, uma menina diagnosticada com paralisia cerebral. Sua experiência como pai atípico o conduziu a uma profunda transformação pessoal, inspirando uma jornada marcada por resiliência, paciência e pela celebração de cada pequena conquista.
O fórum marcou também a celebração dos 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Promulgada em 6 de julho de 2015, essa legislação representa um marco histórico para os direitos das pessoas com deficiência no Brasil e é reconhecida como uma das mais modernas do mundo.















