Autor: Nelson Pesciotta
Membro da Academia de Letras de Lorena. Licenciado em Filosofia e Bacharel em Direito, jornalista e sociólogo. Aposentado do Magistério estadual, no qual foi professor, diretor de escola (só no antigo CEEN Arnolfo de Azevedo, atuou durante 15 anos) e supervisor de ensino. No ensino superior, lecionou na Unitau e na antiga Faenquil (hoje EEL-USP), da qual é patrono do Colégio Técnico. Foi secretário de Educação e Cultura, em Lorena.Manteve, por mais de 20 anos, coluna semanal no Jornal Guaypacaré. Promoveu, durante muitos anos, o concurso de declamação Arnolfo Azevedo e outros certames culturais e cívicos. Foi presidente do Instituto de Estudos Valeparaibanos. Tem 91 anos de idade.
Antes de ir para uma escola (o que aconteceu aos 6 anos de idade), já havia aprendido a ler, fazendo a leitura de partes do jornal diário que meu pai assinava – o Diário Nacional – década de 20. Alguém se lembra dele? E cresceu minha ligação com a imprensa. Ainda em Pindamonhangaba – onde passei a infância e fiz os cursos primário e ginasial – assinei, com pseudônimo, uma coluna no semanário “A cidade”. Na Escola Normal, em Taubaté, fiz uma publicação mensal. E em Campinas, cursando filosofia, já na década de 40, iniciei-me no jornalismo profissional, na redação…
Por Graziela Staut Não sei se vocês sabem, mas o prof. Olavo Rubens Leonel Ferreira está preparando uma biografia do prof. Nelson Pesciotta. Aliás, já está praticamente finalizada a produção de textos, segundo Olavo me contou. Acontece que durante a realização do trabalho, o querido Olavo me pediu uma colaboração, para que eu escrevesse algo sobre este grande homem, que é o prof. Nelson Pesciotta. Devido aos muitos compromissos, só consegui escrever “nos 45 do segundo tempo”, como dizem. Sei que parte do que relatei ainda pôde ser aproveitado pelo Olavo, mas não toda a história. Por isso, peço licença…
Sou otimista por natureza – se já passei dos noventa, não há por que cultivar dissabores. E já tive épocas difíceis, tanto na vida pessoal como na social. Mas estou muito preocupado com o que está acontecendo com o meu país (ou será com o mundo?)Dificuldades tivemos em diversos períodos da vida nacional, mas o momento é inquietante. Muitos falam da crise política, que de fato existe e pode ser medida pelas notícias diárias dos veículos de informação, mas também nossa moeda está sendo desvalorizada, enquanto se acentua uma crise moral, do que serve de parâmetro o alcance que vem…
O público precisa estar informado dos problemas do abastecimento de água das cidades – assunto pouco abordado atualmente e pelo qual me interesso desde a época em que pertenci ao Comitê do Rio Paraíba do Sul, como representante da comunidade.No ‘Estadão’ do dia 9 último, está inserido artigo em que o jornalista e ambientalista Washington Novaes apresentou alguns dados importantes sobre a produção e consumo de água no Brasil. Por ele, ficamos sabendo que:- a vazão média de água chega a 180 mil metros cúbicos por segundo, mas que cerca de 50% da água captada não volta para os rios;-…
Tenho pensado muito sobre o destino da geração que está ainda na fase de sua formação escolar, partindo da observação de meus netinhos, com quem convivo aqui no meu refúgio paulistano – ela com 10 anos e ele com 6, ambos já frequentando uma escola bilingue, com alto dispêndio dos pais. E me questiono:a) quantas crianças, neste país, terão oportunidade igual? b) nosso sistema de educação pública favorece o desenvolvimento da nação?Não tenho em mãos dados estatísticos, mas do quanto tenho lido sobre o ensino no país – e até pelo senso comum que cultivo – sei que a maior parte…
Minha memória, que sempre foi deficiente, agora está pior, talvez pela idade; e esta falha causa-me danos nem sempre reparáveis.Como um neto foi estudar em Bauru e agora lá trabalha e reside, lembrei-me, ao falar com ele, que li há tempos um belo poema sobre essa cidade, texto que evocava o movimento do começo do século passado e que assinalou a extensão da estrada de ferro Noroeste, recebendo o nome de Marcha para o Oeste. (O dr. Mozart Leite,que foi meu dentista há muitos anos, sempre me falava sobre esse movimento).Minha erudição parou aí; não achei a poesia para mostrar-lhe…
Sou avesso a colecionar coisas, livros inclusive. Na atual situação pessoal, de nada me queixo, mas vez ou outra remexo gavetas em busca inútil de um papel… e então me penitencio pelos maus hábitos. Recentemente quis achar um poema, para mandar a um dos meus netos, que está morando em Bauru, sobre essa cidade, e não consegui. Lembro que o tema é uma invocação do passado recente daquela cidade, que foi porta de entrada para a colonização do chamado oeste do nosso Estado. Lembrei apenas pequeno trecho em que o poeta diz: “Acendi meu cigarro numa tocha de lenha ainda acesa,…
Hábito de velho jornalista, leio com atenção um jornal diário logo de manhã e ultimamente tenho ficado assustado com o noticiário da política nacional e com as cifras de vulto que sustentaram, até aqui, as fantásticas maracutaias com que tem sido movimentado em suspeitas manobras o dinheiro do povo – que muito se queixa sem ser ouvido.O custo de vida está alto, os serviços, de um modo geral, são onerosos para o homem comum; a criminalidade é assustadora e nos intranquiliza a todos; as apropriações do dinheiro público já chegam – segundo se noticia – à casa dos bilhões; os…

