Autor: Academia Jovem de Letras
Espaço reservado às produções dos acadêmicos da Academia Jovem de Letras de Lorena. Membros da AJLL: Beatriz Neves, Camila Loricchio, Danilo Passos, Gabriela Costa, Gustavo Alves, Gustavo Diaz, Heron Santiago, Isnaldi Souza, Jéssica Carvalho, João Palhuca, Julia Pinheiro, Lelienne Ferreira, Lucca Ferri, Samira Tito, Thiago Oliveira, Vânia Alves e Wagner Ribeiro.
Por Isnaldi Rodrigues Mais um outono europeu As folhas amarelas das árvores, o sol num ângulo agudo no céu O vento frio que por ser tão fraco nada esfria Parques, praças, cafés Já diria uma amiga, cenário bucólico Andar sozinho pelas ruas é ser devolvido para mim mesmo Devolvido para as lembranças de outrora Que pareciam tão distantes Mas agora emergem com uma força impetuosa Saudade o mais intenso e traiçoeiro dos sentimentos Deliciosamente viciante como uma droga Que não me consome o físico A única consequência: o encarceramento nostálgico da alma Eu não me importo, já sou prisioneiro dos…
Por Vânia Alves Vale do Paraíba, 18 de novembro de 2015. Meu caro Mário de Andrade. Venho de uma semana em que experimentei a grata convivência com artistas de diversas linguagens, recém-amigos – amizade iniciada como que num Big Brother inesperado e demarcado por um concurso cultural, uma viagem de van por dez horas de São Paulo capital a Ouro Preto/MG, uma intensa convivência de dez dias, e o retorno a sua [outrora] terra da garoa. Evidentemente, devo agradecê-lo pela oportunidade. Você bem sabe que a principal biblioteca pública da capital paulista leva seu nome como patrono. É, meu caro……
Por Jéssica Carvalho Era uma vez um barquinho… Um barco cheio de sonhos, firme e ousado. Um barquinho sabedor das inúmeras dificuldades que o rodeava, mas que muito se esforçava para realizar tudo o que aspirava. Sonhando, encontrava toda força necessária para seguir. Esse barquinho sabia que, para substancializar seus sonhos, precisava navegar em águas mais profundas, inclusive contra a maré. E então, em um dia, como em um súbito, percebeu que navegava em mares desconhecidos. O barquinho começava a concretizar os seus sonhos. Conseguia vislumbrar o que até então estava apenas no seu íntimo. Nesse momento, outros barquinhos pararam…
Por Thiago Oliveira O ano novamente se aproxima do encerrar de ciclo e com ele novas perspectivas, novas roupagens, talvez alguma repaginada geral, mas, juntamente a esse conjunto, ficam as indagações do: – “Tudo valeu a pena este ano?”. Valer a pena. Muitas vezes não compreendemos o peso nem o valor destas três pequenas palavras. Dizia Pessoa que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Talvez o seja deste modo. Cada passo devotado às conquistas alheias, cada sentido repensado e esquecido por falta de coragem ou até por desânimo, tenham valido. Recontar os passos é o mesmo…
Por Gustavo Andrés Diaz Um guizo. O som leve e rápido me fez virar e procurar o que havia ali. Nada encontrei, nenhum fantasma ou espectro. Somente o ar vazio, lufando ao pé de meus ouvidos. De novo. O som se estendeu por uma fração de tempo. Voltei a procurá-lo, desta vez o som parecia querer conversar. Foi quando o vulto que minha imaginação insistia em buscar surgiu. Um gato, alvo, de olhos heterocromáticos, me encarava fixamente. Quis segui-lo, porém, meu corpo não respondia. Congelado. O felino decidiu se aproximar, o rabo abanando, me analisando, sustentando meu olhar. A floresta…
Por Camila Loricchio E sábado tive mais uma experiência negativa em relação à segurança pessoal. Fui pegar um ônibus na Rodoviária de Lorena e fui ameaçada. “Moça, quero apenas voltar pra casa, estou em condicional”, disse o homem, mostrando uma tatuagem de cadeia. Ele estava conversando com o pessoal que fica pedindo dinheiro desde que eu havia chegado lá. Quando negamos tal “ajuda”, a cara de desprezo na face do homem se mostrou e ele chamou outros pra vir nos abordar. Saímos de lá correndo. Sem ter como reagir. Sem ter a quem recorrer. Fui lá pelo ônibus. Saí de…
Por Danilo PassosQuando digo que desisto das poesias populares que rabiscam as redes sociais, não digo que desisto do sentimento. Desisto de discutir, compartilhar, curtir ou comentar o sentimento alheio. Há mais verossimilidade poética nos livros da minha prateleira.Eles gritam por todos os cantos. E escrevem encantos. Nas redes sociais, as inúmeras fotos de felicidade exorbitante aparecem como uma mostra virtual de imagens na Times Square acompanhadas com emoticons (ou emojis) que demonstram o sentimento dos mesmos. As fotos são seletivas, ora com humanos sorrindo demasiadamente, ora com apenas um humano, também sorrindo, mas com uma mensagem de superação. Observo…
Por Samira Florêncio TitoA solidão acompanha muita gente nos últimos tempos, está se tornando comum sentir esse sentimento melancólico, ainda mais com o uso da tecnologia, na qual as pessoas se prendem, esquecendo de interagir com o mundo ao seu redor. Talvez isso seja o mal deste século, é inevitável! A solidão está se alastrando por todo o mundo como uma pandemia e as pessoas parecem não perceber ou fingem não perceber. A cura para o problema é simples; interação social é a solução. Mas não é interação por redes sociais, e sim contato humano. Conversar com pessoas em algum…

